
Os policiais fizeram a segurança da equipe de auditores-fiscais trabalhistas. A inspeção encontrou os estrangeiros e suas famílias em condições degradantes de moradia. Os venezuelanos foram levados para hotéis na cidade e seus contratos de trabalho foram rescindidos e a empresa foi chamada para garantir os pagamentos dos direitos trabalhistas dos imigrantes.
Junto às famílias, os trabalhadores viviam sem cozinha, colchões e água suficiente. Eles trabalhavam na construção de alojamento e de galpões. “A fiação elétrica era precária, gerando alto risco de incêndio”, detalhou o coordenador da operação, o auditor-fiscal do trabalho Joel Darcie.
O auditor fiscal do Trabalho, Maurício Krepsky, que participou da ação, informa que pessoas do grupo também foram vítimas de tráfico de seres humanos, já que chegaram a ser aliciadas em cidades distintas para realizar os serviços. Dois bebês gêmeos recém-nascidos, com 4 dias de vida, e outros menores de idade também foram retirados do local, informações detalhadas pelos jornalistas Caroline Borges, Sofia Mayer e Mariana Passuello, do G1.
Segundo o GEFM, eles também tiveram que construir o próprio alojamento quando chegaram. Durante uma semana, os venezuelanos ficaram instalados em cômodos improvisados, sem camas e banheiro. Apesar do cenário, ninguém foi preso na operação.
Ainda de acordo com o órgão, os imigrantes foram interiorizados no Brasil através da Operação Acolhida, e já estavam há alguns anos no Estado. O fluxo de imigrantes da Venezuela para o Brasil aumentou consideravelmente desde de 2018.
Após a notificação da Inspeção do Trabalho, as vítimas foram retiradas do alojamento e levados para hotéis em Rio do Sul. Os contratos de trabalho foram rescindidos e a empresa efetuou o pagamento, na tarde de quinta, dos direitos trabalhistas devidos.
Foram pagos aproximadamente R$ 140 mil de verbas rescisórias, R$ 100 mil de danos morais individuais e R$ 200 mil de danos morais coletivos. Os valores foram estipulados pela Defensoria Pública da União. A empresa contratante também firmou um termo de ajustamento de conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho.
