
O presidente da Câmara de Vereadores de Barra Velha, Daniel Cunha (PSD), anunciou nesta semana que irá montar uma comissão de ética para analisar a postura do vereador Caio Pinheiro (PL), que na sessão legislativa de quinta-feira passada (09), trocou xingamentos e até empurrões contra o morador Wilson Pereira.
A discussão iniciou com a presença do morador, insatisfeito com a administração municipal, comandada por Douglas da Costa (PL), de quem Caio é líder de governo na Casa de Leis. Cartazes com fotos de ruas esburacadas foram colados nas cadeiras do Plenário Getúlio Bittencourt em protesto, e moradores acusam a prefeitura de implicar com obras de adversários políticos, mas liberando um contêiner inteiro sobre a calçada em outra obra, em Itajuba.
Wilson começou a se manifestar já no início da sessão, e chegou a chamar o parlamentar de “palhaço”, questionando antes disso o motivo do vereador “estar contra ele”. Caio pediu “respeito” e chegou a empurrar o cidadão várias vezes.
Os vereadores Pulga Arbigaus (PP) e Marcelo Nogaroli (MDB) agiram para afastar Caio do desafeto, tentando acalmar o comerciante; o presidente do Legislativo, Daniel Cunha (PSD) também tentou separar os dois.
Na Rádio Marazul, Caio Pinheiro alegou que não agrediu ninguém. Segundo ele, Wilson já vinha o provocando com xingamentos e ameaças através do WhatsApp na semana passada.
“Ele disse que queria me encontrar pessoalmente, mas de maneira alguma o agredi. Apenas tive uma manobra de cautela, pois boa índole não está na aparência e na testa de ninguém”, justificou.
Caio ainda afirmou que temia que Wilson estivesse armado “com arma de fogo ou arma branca” dentro do plenário, e ao reagir apenas estava “resguardando” seu “bem maior, a vida”. Caio alegou que não faz “apologia à violência” e pediu desculpas à população pelas cenas, que admitiu serem “lamentáveis”. “A manifestação faz parte, mas o presidente do Poder Legislativo pediu para que Wilson mantivesse o respeito, ele me afrontou”.
Wilson confirmou que realmente estava fazendo cobranças a Caio Pinheiro, mas não pessoais e sim de melhorias públicas.
“Estamos com problemas na rua João Espíndola, no São Cristóvão, por conta do ônibus das crianças”, alegou. “Falei palavrões que não deveria, mas quem só fala em arma, arma, é ele. Acho que anda armado. Mas nunca o ameacei. Ele partiu para cima de mim”, completou.
A assessoria de imprensa de Barra Velha reforçou que sobre o episódio da câmara, a cobrança foi com o vereador, e não com o prefeito Douglas, que no dia da sessão cumpriu agenda em Florianópolis. Nesta terça-feira, às 10h, haverá uma manifestação popular por melhorias na Rua João Espíndola.
Fonte: Mar Azul