
A Polícia Civil de Santa Catarina pretende concluir o inquérito sobre o ataque que deixou quatro crianças mortas em uma creche de Blumenau, no Vale do Itajaí, até esta sexta-feira (14). A informação foi dada pelo delegado-geral da corporação, Ulisses Gabriel.
Na quarta (5), um homem pulou o muro da creche particular Cantinho Bom Pastor e atacou crianças com uma machadinha. Em seguida, ele se entregou no batalhão da Polícia Militar. O homem passou por audiência de custódia e está preso preventivamente.
“Segundo o Código de Processo Penal, o prazo para a conclusão da investigação, o encaminhamento para o poder judiciário é de 10 dias. Na sexta-feira [14], finaliza este prazo, quando nós vamos fazer a entrega formal para o Poder Judiciário, para o Ministério Público do inquérito policial”, afirmou o delegado-geral.
Ele também falou sobre uma possível avaliação psicológica do assassino. “Eventuais surtos, e ele ter praticado essa situação em surtos, e é bom a população entender, nada isenta a responsabilidade dele. Muitas pessoas acham que isso justificaria qualquer ato, não justifica e não vai isentar a responsabilidade desse indivíduo”.
“No decorrer do final de semana, nós juntamos no inquérito policial um extrato, ou uma análise, do telefone celular, que foi realizada pela Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, aqui da DEIC [Diretoria Estadual de Investigações Criminais] de Florianópolis, e também estamos aguardando a juntada de um laudo de exame toxicológico, que foi realizado no suspeito, neste criminoso, quando do seu interrogatório na cidade de Blumenau”, explicou sobre o andamento do inquérito.
Até esta terça (11), a Polícia Civil pretende ouvir todas as testemunhas.
“Buscar a juntada de todos os laudos de local de crime, cadavéricos e exames de corpo de delito para que possamos então, na sexta-feira, concluir este inquérito policial”, finalizou o delegado-geral.
Agiu sozinho
O homem que matou as crianças agiu sozinho, segundo a Polícia Civil. A afirmação foi feita após a conclusão da perícia do celular do assassino, informou o delegado-geral.
Para ajudar nesse trabalho, foi usado um programa israelense, que permite recuperar informações mesmo que elas tenham sido apagadas do aparelho.
A investigação também solicitou exame de sangue para descobrir se o criminoso estava sob o efeito de drogas no momento que invadiu a escola.
A Polícia Civil descartou já no primeiro dia que o ataque tenha sido estimulado por um jogo online, informação que circulava nas redes sociais no dia em que aconteceu o atentado.
Boa parte da apuração sobre o ataque tem sido feita na Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Blumenau. Ao final do inquérito, a polícia vai decidir se pede ou não avaliação psicológica sobre a sanidade do assassino.
Ataque
O ataque ocorreu na creche Cantinho Bom Pastor, que fica na rua dos Caçadores, no bairro Velha. A unidade de ensino particular atende mais de 200 crianças. As vítimas tinham entre 4 e 7 anos de idade.
Segundo a polícia, o assassino pulou o muro da creche e iniciou o ataque com uma machadinha. As vítimas foram atingidas na região da cabeça.
Após a ação, ele se entregou no Batalhão da PM. O suspeito tem passagens na polícia por porte de drogas, lesão e dano, segundo a Polícia Civil.
Na quinta-feira (6), o assassino teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. A decisão que o mantém na cadeia por tempo indeterminado ocorreu em audiência de custódia.
Quem são as vítimas
- Bernardo Pabst da Cunha: 4 anos
- Bernardo Cunha Machado: 5 anos
- Larissa Maia Toldo: 7 anos
- Enzo Marchesin Barbosa: 4 anos
