Cristiano Zonta
Familiares do médico maringaense Rafael Medina, de 31 anos, que morreu afogado em uma praia, em Florianópolis (SC), no domingo (30), disseram que o sonho do jovem era morar nos Estados Unidos e que faltavam menos de 13 dias para ele viajar. Lá, ele faria residência.
Os pais trabalham como costureira e confeiteiro. Medina cresceu na área rural de Maringá, no norte do Paraná, e conseguiu entrar em uma universidade pública e terminar o tão almejado curso de medicina.
O afogamento ocorreu quando o médico fazia uma viagem de despedida com seis amigos na Praia dos Ingleses, segundo o pai dele, Adair Matias dos Santos, de 63 anos.
“Foi uma facada no peito saber da notícia da morte dele. Era um menino de luz e que estava a caminho de conquistar um dos seus sonhos da profissão”, desabafou.
Segundo o Corpo de Bombeiros, Medina foi levado pela correnteza, ficou submerso por alguns minutos e sofreu parada cardíaca.
Recém-formado
Filho de costureira e de confeiteiro, Rafael morava em Maringá, no norte do Paraná, e se formou em medicina há menos de um ano pela Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Começou a atuar na área em setembro de 2022. Em abril, foi contratado para trabalhar na Unidade Básica de Saúde (UBS) em São Manoel do Paraná.
“Ele começou a trabalhar em um posto de saúde de Lupionópolis e ficou por quatro meses. Depois foi trabalhar em São Manoel do Paraná”, contou.
O anúncio da morte do médico comoveu os familiares. De acordo com a pai dele, a amiga que estava junto com Rafael avisou o irmão por ligação.
Sonhos na profissão
Sempre dedicado aos estudos e muito querido por amigos e familiares, Rafael havia planejado fazer residência em Denver, capital do Colorado, nos Estados Unidos.
Depois de passar pelo litoral catarinense com os amigos, o médico iria voltar a Maringá e, em seguida, ir para Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, fazer um curso. Os planos então seriam cuidar das questões burocráticas da viagem aos Estados Unidos.
A ida estava prevista para metade do mês de maio, segundo o pai.
“Ele era muito estudioso. Sempre amou a profissão e gostava de cuidar das pessoas. Ainda estava organizando a data da viagem, mas foi interrompida”, contou.
Recentemente, o médico havia postado nas redes sociais o anúncio sobre a viagem aos Estados Unidos.
“Nunca deixe as pessoas dizerem que seus sonhos são grandes demais para você. De filho de costureira e vendedora de doces, crescido na zona rural brasileira até futuro médico residente de clínica médica na Universidade de Colorado, nos Estados Unidos”, escreveu.
Amigos que estavam com Rafael na hora do incidente comentaram na postagem. “Uma fatalidade aconteceu em nossa viagem e estou tentando processar isso até agora”.
De acordo com Adair, o profissional, além de fazer residência, iria se especializar como médico endocrinologista.
O velório está sendo realizado na Capela do Cemitério Parque, em Maringá. O sepultamento está previsto para as 17h desta terça-feira (2), segundo familiares.
