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Barra Velha – MPSC solicita perdas de bens e reparação de danos materiais e morais na ordem de R$ 4,8 milhões

ponte

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) requer a perda de bens e o pagamento em grau de Reparação por danos materiais e morais na ordem de R$ 4.815.485,32  por parte dos envolvidos na “Operação Travessia” –  que resultou na prisão do prefeito eleito de Barra Velha Douglas Elias da Costa (PL), quatro agentes públicos e três empresários.  Além dos valores, eles foram denunciados pelos crimes de formação de organização criminosa, fraude à  licitação, crime de responsabilidade e lavagem de dinheiro

Conforme a denúncia, apurada pela reportagem, os valores estão divididos em duas solicitações assinadas pelo subprocurador geral da justiça, Durval da Silva Amorim e os promotores Milani  Maurílio Bento,  Diego Rodrigo Pinheiro, Renato Maia de Faria e Marina Modesto Rebelo. São R$ 2.407.742,66 em perdas de bens envolvidos (incluindo valores bloqueados em contas e investimentos bancários e os montantes em espécie apreendidos em cumprimento aos mandados de busca e apreensão) e mais R$ 2.407.742,66 dois milhões por danos materiais e morais –  este corrigido e atualizado no momento do pagamento.

Os valores foram aferidos com base nos crimes apurados ao longo da investigação comandada pelos grupos especiais do MPSC, o GEAC e GAECO,  que teve início em fevereiro do ano passado: R$ 138.373.22   por falta de garantia contratual e ausência de cobrança de multa por abandono da obra pela empresa TEC, R$ 435.359,90  por medições indevidas no decorrer da obra, R$ 1.173.018.82  por fraude em termos aditivos de valor R$ 118.990.72   por serviços não prestados ou de má qualidade e R$ 42.000,00  por uso de bens e serviços públicos. 

“Impossível ainda a apuração exata do dano sofrido pelos cofres públicos de Barra Velha, que exigiria uma apuração dos valores totais despendidos com bens e serviços públicos para a execução da obra, bem como de fatores como a diminuição da vida útil da ponte e reformas decorrentes da má qualidade do material e serviços empregados na construção. contudo há um valor mínimo que, na esfera penal, pode ser considerado”, assinam os Durval, Milani, Diego, Renato e Marina.

Outros R$ 500 mil em danos morais causados à população estão somados à denúncia.  Nessa vertente,  os promotores arrolam uma fala de Douglas nas redes sociais,  em que afirma estar “ trabalhando,  acordando cedo,  dormindo tarde e não envergonhei vocês com escândalo e corrupção que isso é de suma importância para toda a população”.  Eles classificam a situação apurada pelos investigadores ao longo da construção da obra do Rio Itajuba como uma traição à população barravelhense. 

“Não obstante,  com sua conduta dolosa e criminosa ( do prefeito),  não somente atraiçoou  a população barravelhense,  mas a fez ser conhecida pela pecha de desonestidade. Indo além, ainda em apertada síntese, o dano moral decorre da insegurança causado à população barravelhense, que precisa transitar –  ainda não se sabe até quando isso será possível –  em uma ponte construída em desacordo com as normas técnicas e com baixa qualidade de material,  que resulta em notórios riscos à integridade dos usuários”,  definem. 

“ Não obstante,  com sua conduta dolosa criminosa ( do prefeito),  não somente atraiçoou a população barravelhense, Mas já fiz ser conhecida pela pecha de desonestidade”

Promotores do MPSC

A denúncia de 188  páginas –  composta por conversas de WhatsApp,  anotações à mão,  extratos bancários,  contratos e fotografias –  está nas mãos do desembargador do Tribunal de Justiça de Santa Catarina José Everaldo Silva,  desde o último dia 7.  Ele abriu o prazo de 15  dias para que todos os acusados possam se manifestar antes de dar prosseguimento ao processo. 

 Além de Douglas,  foram denunciados Mauro Silva ( então secretário de administração),  Elvis Fuchter ( que estava como  secretário de planejamento), Osnir Paulo Testoni ( Engenheiro da secretaria de planejamento),  Osmar Firmo ( até então diretor de patrimônio)  e os empresários  Karlos Gabriel Lemos,  Celso Moreira sobrinho,  Adevanete Pereira  dos Santos.  Eles seguem detidos.

 A reportagem enviou mensagem aos Advogados  de Elvis,  Celso,  Adevanet  e Karlos.  ainda não obteve retorno. Ricardo Wippel,  que defende Mauro e Osmar,  disse que está “analisando a denúncia ainda”. A  advogada de Osni,  Samantha de Andrade,  afirmou ter “ certeza absoluta que não existe nenhum envolvimento da parte dele com qualquer esquema ou organização criminosa destinada a desviar recursos públicos através de esquemas com empreiteiros ou com obras.Qualquer tipo De alimento que tenha sido trazido no processo será devidamente contestado no decorrer da instrução onde ficará comprovada a inocência dele” . 

Os grupos especiais do MPSC  citam  que as investigações revelam “ supostos crimes de corrupção”,  com participação de agentes públicos e empresários,  na execução de obras públicas.  Em contrapartida,  é investigado o recebimento pelos agentes públicos de vantagens indevidas dos empresários contratados,  as custas de aditivos em série e medições supervalorizadas”.  Conforme apurou a reportagem,  a situação consistia numa licitação acordada,  já prevendo os aditivos para recebimento de propina. 

Conforme foi captado nas conversas de WhatsApp,  um dos empresários utilizava de codinomes como “ ferramentaria,  relatório,  auxílio extras e equipamento”  para informar que faria o pagamento de valores aos agentes.  Em um trecho,  ele afirma que “ a previsão dos equipamentos já está confirmada”.  Para o MPSC  a frase faz “ Clara referência ao agendamento do saque dos valores a serem pagos para o núcleo público da organização criminosa”. 

Foto e fonte: Fonte: Jornal do Comércio/Penha online.

 

 

 

 

Cristiano Zonta

Jornalista, Mestre de Cerimônias e Celebrante Social de Casamentos.



Folha Parati

O Jornal Folha Parati, a “voz metropolitana da região”. Foi com esse intuito que nasceu a proposta do jornal que teve sua primeira edição impressa circulando em Barra Velha, São João do Itaperiú e Araquari, gratuitamente, no dia 07 de dezembro de 2009, dia comemorativo ao aniversário de Barra Velha.


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