
Chegou a vez do maior conhecedor da história da Festa do Divino Espírito Santo de Barra Velha, professor Juliano Bernardes, ser o imperador da mais importante e emocionante celebração católica da cidade. Juliano, ao lado da esposa Emília Pereira Bernardes, foi sorteado como casal imperial da festa em 2025, sorteio ocorrido neste domingo, dia 19 de maio, quando o casal concorreu como outros seis postulantes a anfitriões da festa.
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Nesta segunda-feira, 20, Juliano e Emília já recepcionaram amigos e fieis na missa de encerramento do tríduo festivo, ao lado do casal imperial deste ano, Sálvio Borba e Cleanice Tamanini Borba, além do bispo diocesano, Dom Francisco Carlos Bach, e do pároco local, padre Dálcio Bonomini, em conjunto com o padre Rafael Armando Aquaroli, primeiro padre de Barra Velha a ser ordenado.
Tanto Juliano como Emília ficaram muito emocionados com o resultado do sorteio, e embora na condição de postulantes, confirmaram que não esperavam a boa notícia, dada pelo padre Dálcio, no domingo, e em tom de muito bom humor e emoção pelo pároco.
Um pouco de história
Segundo Juliano Bernardes, diretor cultural da Irmandade do Divino de Barra Velha e autor de um livro sobre a festa, em parceria com o educador Valdir Nogueira, a festa é uma das marcas dos 276 anos de colonização açoriana em Santa Catarina – de onde vem a origem da celebração.
“A partir da chegada dos açorianos e de habitantes de outras ilhas de Portugal, incentivadas pelo governo brasileiro, diversas localidades passaram a celebrar a Festa do Divino, mas foi no litoral que os açorianos se estabeleceram de forma mais intensa”, observa Juliano.
“Florianópolis concentra diversas festividades ao Divino e cidades como Barra Velha, Penha, Itajaí, Camboriú, Laguna, Imbituba, Jaguaruna e Santo Amaro da Imperatriz, além de São José, Palhoça, Blumenau, Garopaba e Tijucas.
Ainda de acordo com Juliano, a Bandeira do Divino tem seus registros em Barra Velha organizados inicialmente pela família de Joaquim Alves da Silva, considerado o fundador da cidade, há dois séculos.
A tradição oral enfatiza que Dom Pedro 2º e a Imperatriz Dona Thereza Christina, em visita à Província de Santa Catarina em 1845, foram convidados a participar dos festejos em Barra Velha. Na impossibilidade de comparecer, o Imperador enviou um casal de nobres para representá-los.
“As fontes documentais indicam a ocorrência da Festa do Divino Espírito Santo em Barra Velha desde 1918, sob os cuidados da família Borba, entretanto, sabe-se que sua origem é mais remota”, reforça Juliano.
Os familiares de Sinval Moura foram também guardiões dos símbolos das festas anteriores a 1918 – uma pombinha de metal e um estandarte de veludo vermelho onde está bordado o Espírito Santo.
Atualmente, essas peças podem ser visitadas na Matriz de Barra Velha, juntamente com as coroas e bandeiras utilizadas nas festas atuais. As fontes documentais e orais a partir de 1918 tornam-se mais precisas, quando Pedro Francisco Borba Coelho assumiu a responsabilidade das festas e zelo pelos símbolos, tradição mantida pelas novas gerações.
Desde 1918, somente em 1940 (2ª Guerra Mundial) e em 1990 (falecimento do Pároco Frei Libório Schimidt) a festa não foi celebrada, segundo Pedro Jeremias Borba, o Pia, responsável pela Irmandade.
Benção e proteção
Nas redes sociais o professor Juliano Bernardes postou um emocionante depoimento pedindo a bênção e a proteção confira na íntegra:
Benção, minha Mãe!Benção, Dindinha!O Divino nos trouxe uma grande alegria…Dona Dilma Bernardes e dona Nadir Testoni e outras pessoas foram essenciais na minha caminhada de fé desde pequeno quando íamos a pé em todas as novenas do Divino muitas vezes tendo que levar o calçado em uma sacola pois havia muito barro na atual descida do Komprão. Me incentivando a ser coroinha na Igreja Matriz e depois na comunidade São Cristóvão. Minha Mãe que ficava atenta ao ouvir o toque do tambor do Divino e corria para o quintal colher pétalas de flores para a Bandeira do Divino passar em nossa casa. Mãe que ficava muito emocionada com a cantoria do senhor Janguinha nosso querido vizinho com os seus versos improvisados. Mãe que plantou em mim o carinho e amor pelo Divino Espírito Santo que tanto amo. Dedico a você minha Mãe e a senhora minha Madrinha a Festa do Divino de 2025. Sei que vocês estão imensamente felizes aí no céu.Entre sete casais que ansiavam ser o Casal Imperial eu e a Emília fomos sorteados. Quanta emoção. Quanta alegria. Quanta responsabilidade. Que Deus nos abençoe nessa caminhada e que possamos levar o Divino Espírito Santo em muitos lares de Barra Velha e São João do Itaperiú. Obrigado Emília por aceitar ser a Imperatriz e também ser apaixonada pelo Divino Espírito Santo. Obrigado a todos que nos abraçaram e pedimos orações para que juntos possamos cumprir a tradição e sobretudo avivar a fé da nossa gente de Barra Velha e dos que escolheram essa cidade abençoada para viver.Divino Espírito Santo, muito, muito obrigado!O Divino nos trouxe uma grande alegria…Dona Dilma Bernardes e dona Nadir Testoni e outras pessoas foram essenciais na minha caminhada de fé desde pequeno quando íamos a pé em todas as novenas do Divino muitas vezes tendo que levar o calçado em uma sacola pois havia muito barro na atual descida do Komprão. Me incentivando a ser coroinha na Igreja Matriz e depois na comunidade São Cristóvão. Minha Mãe que ficava atenta ao ouvir o toque do tambor do Divino e corria para o quintal colher pétalas de flores para a Bandeira do Divino passar em nossa casa. Mãe que ficava muito emocionada com a cantoria do senhor Janguinha nosso querido vizinho com os seus versos improvisados. Mãe que plantou em mim o carinho e amor pelo Divino Espírito Santo que tanto amo. Dedico a você minha Mãe e a senhora minha Madrinha a Festa do Divino de 2025. Sei que vocês estão imensamente felizes aí no céu.Entre sete casais que ansiavam ser o Casal Imperial eu e a Emília fomos sorteados. Quanta emoção. Quanta alegria. Quanta responsabilidade. Que Deus nos abençoe nessa caminhada e que possamos levar o Divino Espírito Santo em muitos lares de Barra Velha e São João do Itaperiú. Obrigado Emília por aceitar ser a Imperatriz e também ser apaixonada pelo Divino Espírito Santo. Obrigado a todos que nos abraçaram e pedimos orações para que juntos possamos cumprir a tradição e sobretudo avivar a fé da nossa gente de Barra Velha e dos que escolheram essa cidade abençoada para viver. Divino Espírito Santo, muito, muito obrigado”!








Fonte: Juvan Neto/Fotos: Arquivo pessoal professor Juliano
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