É difícil acreditar que um diamante escapou por detalhes de um time que na época chamava a atenção de todos. Foi assim que Jairo Lenzi chegou ao Ernestão com o sonho de todos os garotos para iniciar uma carreira no futebol. Anos depois, quando já despontava no cenário profissional, este clube tentou comprar o que poderia ter sido seu trampolim.
A história do garoto Jairo Lenzi estava se encaminhando no JEC, mas esbarrou num pequeno detalhe. A família não tinha condições para trazê-lo constantemente de Barra Velha para Joinville. A solução seria o tricolor conseguir um alojamento para fixar residência no Ernestão ou nas proximidades.
Nas categorias sub-11 e sub-13 esta maratona de idas e voltas até que foi possível. Daí para frente o Joinville preferiu abrir mão desta promessa. Ficou mais fácil ir até Itajaí, para uma oportunidade no Marcílio Dias. O presidente Waldomiro Schützler até tentou fazer uma oferta ao Marinheiro. Dali para frente, o enredo todos lembram como aconteceu.
Jairo Lenzi foi para o Criciúma, campeão da Copa do Brasil de 1991 e ainda com uma excelente jornada com o Tigre na Libertadores de 1992. Na festa do encontro dos ex-jogadores do JEC, perguntei ao lépido atacante como se sentia como intruso, mas ele buscou no fundo do baú esta preciosidade por ter sido integrante das categorias de base do Coelho.
Quantos outros garotos também esbarraram em portas fechadas e que encontraram oportunidades logo ali adiante, onde foram valorizados e tiveram sucesso pelo seu talento e categoria. Com Jairo Lenzi foi assim.
Na programação do ex-jogadores do JEC, numa festa de muitas histórias, realizada na Associação Desportiva Embraco, Jairo Lenzi foi o centro das atenções, com todos querendo uma foto de recordação ao lado do craque.
No Criciúma, quando já era jogador consagrado, o clube não aceitou renovar seu contrato. O atleta só queria que o clube pagasse o aluguel de um apartamento de dois quartos. O pedido não foi aceito e foi obrigado a treinar em separado. Seu passe foi colocado na federação. Essa já é outra história.
O “Jairinho”, como era conhecido no futebol amador do Santa Cruz (SESC) em Barra Velha; hoje São João do Itaperiú, é um exemplo de superação, paixão ao futebol, humildade, companheirismo e amizade. Não é diferente de muitos garotos que precisaram de qualidade, determinação, apoio da família, resiliência e até um pouco de sorte. Mas sobretudo de fé! Vestir a camisa do querido JEC, onde ele sonhou jogar, e foi impedido pelo destino; prefiro dizer à apontar qualquer vilão, é uma prova do grande coração, e certamente motivo de muito orgulho; maior até que a força e precisão daquela perna esquerda. Tanto é, que só fez amigos; seja nos clubes por onde jogou ou mesmo nos adversários. O maiores títulos e recompensas foi o carinho e o respeito, que conquistou pelos gramados e pela vida”, destacou o amigo Francisco Cesar Coelho
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*Por Roberto Dias Borba
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