
Na última sexta-feira, um turista da Argentina divulgou um vídeo que captura o momento em que ele utiliza um dispositivo para silenciar uma caixa de som em uma praia do Brasil. O vídeo, de 12 segundos, mostra uma música de Ana Castela sendo abruptamente interrompida ao pressionar um botão no aparelho.
Roni Baldini, o criador do dispositivo e responsável pela gravação, compartilhou as imagens no X, sem especificar o local exato da filmagem. Ele mencionou ter visitado Salvador e Fortaleza recentemente.
O funcionamento do dispositivo
O aparelho desenvolvido por Baldini é capaz de interromper conexões Bluetooth entre dispositivos, cessando a transmissão de áudio entre eles.
Em uma postagem no Medium, Baldini explicou que construiu duas versões do equipamento, uma menor e outra maior, ambas projetadas para bloquear conexões Bluetooth na direção a9pontada pela antena.
Conforme demonstrado no vídeo, isso resulta no silêncio do alto-falante. O site argentino Infobae reportou que a interferência só ocorre com conexões via Bluetooth; se a caixa estiver usando um pen drive, por exemplo, o aparelho não terá efeito.
Existem limitações quanto à proximidade do controle da caixa de som; se estiver muito perto, o dispositivo pode não conseguir interromper a conexão. O alcance efetivo do equipamento varia de 3 a 10 metros.
Reações na internet
A ação do turista gerou reações mistas online. Nos comentários do vídeo, algumas pessoas perguntaram entusiasmadas: “Onde compra?“. Outras expressaram apoio à invenção: “Excelente ideia. Preciso de um desses para usar na vizinhança. O brasileiro acha que todo mundo é obrigado a escultar a música dele porque não usa fone de ouvido e estoura seus tímpanos“, comentou um internauta.
“Na praia não adianta muito porque você silencia uma [caixa de som] e tem mais uns 10 com a caixinha ouvindo música aí não tem muito o que fazer“, escreveu um terceiro. “O cara que vai para a praia e não quer ouvir um pagodinho ou sertanejo é um frustrado da vida“, disse outro.
O argentino está planejando a venda do produto no próximo mês, destacando que o funcionamento do aparelho pode ser ilegal em alguns países.
Bloqueadores de sinais são proibidos no Brasil
Embora Baldini tenha divulgado e esteja vendendo o produto criado por ele, os bloqueadores de sinais já existem e são proibidos no Brasil. Sua liberação só é permitida em situações específicas com a autorização dos órgãos competentes, como a Anatel.
O uso de bloqueadores sem anuência da Agência ou em área de bloqueio diferente da permitida está previsto na Lei Geral de Telecomunicações (Lei nº 9.472/1997) e configura atividade clandestina de telecomunicações, crime com pena de dois a quatro anos de detenção explicou o órgão em uma reportagem de 2021.
Os dispositivos têm a função de interferir ou bloquear a transmissão de sinais de comunicação, como rádio, Wi-Fi, GPS, Bluetooth e sinais de celular. Ao emitir ondas na mesma frequência do sinal que se deseja bloquear, ele gera uma interferência que prejudica ou impede a comunicação entre os dispositivos, no caso do turista argentino, a caixa de som e, possivelmente, o celular.
O portal UOL Carros já informou que alguns “jammers” (bloqueadores, em português) — também chamados de capetinhas — são utilizados por criminosos. Esses dispositivos são empregados em roubos e furtos de veículos.
Quando usados para atividades ilícitas, o capetinha tem a função de bloquear ou “embaralhar” o sinal de radiofrequência dos rastreadores, que hoje vêm de fábrica.
