
Pequim, 28 de julho de 2025 – O governo da China voltou a criticar nesta segunda-feira (28) a intenção dos Estados Unidos, sob liderança de Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, e se colocou ao lado do Brasil na defesa do comércio internacional justo. A medida norte-americana deve entrar em vigor já nesta sexta-feira (1º), caso não haja um acordo entre as partes envolvidas.
Em entrevista coletiva, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, afirmou que Pequim está “pronta para trabalhar com o Brasil” para encontrar soluções que garantam equidade e justiça no comércio global.
“A China já deixou clara sua posição sobre os aumentos de tarifas dos EUA sobre o Brasil. Gostaria de enfatizar que as guerras tarifárias não têm vencedores e que práticas unilaterais não atendem aos interesses de ninguém”, declarou Guo, segundo transcrição oficial divulgada pela chancelaria chinesa.
O porta-voz ressaltou o compromisso chinês com a defesa de um sistema multilateral de comércio, baseado nas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), e sugeriu uma maior articulação entre países da América Latina, Caribe e os membros do Brics frente aos desafios impostos por políticas unilaterais.
“A China está pronta para trabalhar com o Brasil, outros países da América Latina e do Caribe e os países do Brics para, em conjunto, defender o sistema multilateral de comércio centrado na OMC e na equidade e justiça internacionais”, afirmou.
As declarações de Guo ocorrem no momento em que se encerram as negociações globais para evitar a imposição de novas tarifas pelos Estados Unidos e enquanto delegações chinesas e americanas se reúnem em Estocolmo, na Suécia, em mais uma tentativa de conter a escalada das tensões comerciais.
A proposta de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada por Trump, é parte de um pacote mais amplo que atinge diversos países e visa, segundo o ex-presidente, “proteger empregos e indústrias americanas”. O governo brasileiro ainda busca uma solução diplomática para evitar os impactos econômicos da medida.
