
Trabalhadoras protestaram na porta da empresa e exigiram pagamento de salários atrasados; PM foi acionada
Pelo menos 30 costureiras fizeram um protesto na tarde de quarta-feira (14) em frente a uma facção têxtil na Avenida Santa Catarina, no Centro de Barra Velha, para cobrar salários atrasados. O alvo era o proprietário da empresa, identificado pelas iniciais R., acusado pelas trabalhadoras de não repassar os pagamentos devidos.
Segundo K., moradora de Araquari e representante do grupo, o empresário recebia antecipadamente pelas encomendas, mas não pagava as funcionárias – situação que se repetia tanto em Barra Velha quanto em Araquari.
“O dono da terceirizada confirmou que pagou para ele. E ele não nos pagou”, afirmou K., acrescentando que o contratante já teria aplicado golpes semelhantes em Correia Pinto e Lages, na Serra catarinense.
As trabalhadoras também relatam que R. conseguiu uma sócia em Barra Velha “de boa-fé”, que acabou igualmente lesada, além de outras costureiras em negócios anteriores.
O caso piorou quando o empresário alugou um novo galpão em Barra Velha, mas não quitou o aluguel. Máquinas de costura cedidas a ele em Araquari teriam desaparecido do local. Com as dívidas salariais e a falta de novos serviços para a unidade, as trabalhadoras estão paradas.
O protesto
Durante a manifestação, o clima ficou tenso. Em um dos momentos mais acalorados, uma das costureiras chutou e xingou o empresário. “Você não é homem; eu te enfio na cadeia”, gritou. Um segundo homem também confrontou o comerciante. A Polícia Militar foi chamada para conter o impasse.
Em vídeos gravados pelas manifestantes, R. questiona se “colocar o caso na mídia” garantiria o pagamento e reclama de ter sido exposto. As costureiras rebatem: “Viemos atrás dos nossos direitos. Temos aluguel e comida para comprar para os filhos”.
Defesa
Procurado pela reportagem, o empresário disse que não vai se pronunciar, alegando já ter sido “exposto” pelas funcionárias, e afirmou que estuda acionar judicialmente quem divulgar o caso. No vídeo, ele promete quitar as dívidas, mas sem informar prazos.
