
Paisagens incríveis, aventuras memoráveis e mais de 50 mil quilômetros rodados. Essa é a história de Giuliano Nogaroli, 47 anos, empresário de Barra Velha, no litoral Norte catarinense, que transforma cada viagem em uma experiência única de superação e descoberta. Cadeirante desde 1996, Giu se aventura pelo mundo em seu triciclo adaptado, o “Cássio Amaídio”, nomeado em homenagem ao primo falecido durante a pandemia.
Do Atlântico ao Pacífico: desafios e memórias inesquecíveis
Entre novembro de 2022 e fevereiro de 2023, Giu percorreu uma rota impressionante que atravessou o deserto do Atacama, acumulando experiências, amizades e desafios que marcaram sua vida. A ideia de chegar até o Atacama nasceu em conversas com amigos viajantes e ganhou força após uma perda pessoal dolorosa. “Viajo sempre levando um pedaço dele comigo, até nas roupas que uso”, conta.
Hoje, seu trajeto segue por três países da América do Sul: Paraguai, Bolívia e Peru, somando cinco países visitados e mais de 50 mil quilômetros rodados. Cada parada é uma mistura de aventura, autodescoberta e, claro, alguns perrengues pelo caminho.
A paixão por viajar nasceu no esporte
Morador de Barra Velha, Giu sempre foi apaixonado por desafios. Durante a juventude, praticava basquete, futebol, futsal e corrida de rua. Aos 19 anos, um grave acidente na BR-101 mudou sua vida: capotou o carro, sofreu fraturas em quatro vértebras e uma costela perfurou seu pulmão. Apesar das limitações, Giu não desistiu.
A cadeira de rodas se tornou ferramenta de conquistas, e ele se destacou no esporte adaptado, representando Joinville no basquete por 17 anos e Balneário Camboriú no handebol de 2018 a 2023. A disciplina adquirida no esporte hoje o ajuda a enfrentar os desafios das estradas e a superar obstáculos durante as viagens.
A aventura começou em 2019 e só aumenta
As primeiras viagens de Giu foram de caminhonete com trailer e seus dois cachorros, sempre explorando o Brasil. “Foi na primeira viagem de barraca que percebi como eu gostava dessa vida de estrada”, lembra. Hoje, cada jornada traz novos aprendizados e conexões com pessoas que se tornam amigos para a vida toda.
O triciclo, pintado de amarelo, desperta curiosidade por onde passa, e Giu garante: até policiais pedem fotos nas fronteiras. Já cruzou Brasil, Paraguai, Argentina, Chile e Bolívia, registrando cenários inesquecíveis e colecionando histórias que inspiram.
Inspiração sobre rodas
Mais do que percorrer quilômetros, Giu inspira outros cadeirantes e viajantes. “Já recebi mensagens de pessoas que compraram triciclos depois de me conhecer e começaram a passear. É uma sementinha que a gente vai plantando”, afirma.
Enquanto não embarca na Austrália, que descreve como um continente de contrastes naturais — com desertos, selvas, pântanos e mares — Giu segue na estrada, sempre com um livro na bagagem e a certeza de que viajar é muito mais que deslocamento: é conexão com pessoas, histórias e consigo mesmo.











Fonte: Luana Maia OCP




















