
Município quer acelerar medidas de recuperação da orla e propõe construção de molhes para conter avanço do mar.
A Prefeitura de Barra Velha decretou estado de emergência em razão dos prejuízos causados pelas fortes ressacas que atingiram o litoral nas últimas semanas. O fenômeno provocou erosão severa em trechos da orla, principalmente nas praias da Península e Pedras Brancas e Negras, comprometendo a infraestrutura costeira, reduzindo a faixa de areia e colocando em risco imóveis próximos ao mar. Alguns acessos chegaram a ser interditados devido aos estragos.
Com o Decreto nº 2.262/2025, o município busca agilizar o acesso a recursos e autorizar ações imediatas de contenção e recuperação das áreas afetadas. O documento tem validade de 180 dias e permite que a prefeitura execute obras emergenciais sem a necessidade de licenciamento ambiental prévio, priorizando intervenções que garantam a segurança de moradores e a proteção de vias públicas.
Entre as medidas previstas estão a contratação de obras de contenção costeira, reparos em estruturas danificadas e articulação com os governos estadual e federal para obter apoio técnico e homologação do decreto.
Projeto prevê construção de molhes na orla
Paralelamente às ações emergenciais, Barra Velha avança no projeto de instalação de molhes na praia da Península. O estudo técnico foi elaborado pela empresa MTCN e incluiu monitoramento de correntes e marés por um ano. O projeto já foi protocolado junto ao Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) e aguarda análise para liberação da licença ambiental — processo que pode levar de 12 a 24 meses.
O plano prevê a construção de três molhes, cada um com 130 metros de comprimento e 250 metros de distância entre si, partindo do molhe já existente em frente ao Hotel Candeias. Segundo a prefeitura, as estruturas ajudarão a conter o avanço do mar e ampliar a faixa de areia, proporcionando um acréscimo estimado de 1,5 km de praia. Após a conclusão, os molhes serão urbanizados e integrados à orla, tornando-se novos atrativos turísticos. O investimento será financiado com recursos do Fundo da Orla (Fuol).
Molhes no rio Itajuba também serão executados
Outro projeto semelhante já recebeu licença ambiental do IMA, contemplando a foz do rio Itajuba até o costão da praia das Pedras Brancas e Negras. Nessa região, estão previstos dois molhes de pedra: um com 315 metros, no lado sul do rio, e outro com 165 metros, ampliando o molhe norte existente. A execução está em fase de licitação para contratação da empresa responsável, e o cronograma prevê 18 meses de obras.
Os recursos também serão provenientes do Fundo da Orla, abastecido por parte do ITBI pago pelos moradores, em parceria entre o governo do estado e a prefeitura.
Fotos: Divulgação PMBV