
Neste 16 de outubro de 2025, o mundo celebra o Dia Mundial da Alimentação. A data, criada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), vai muito além das homenagens e publicações nas redes sociais. É um convite à reflexão sobre o que comemos, de onde vem o que chega ao prato e qual futuro estamos cultivando.
Com o tema “De mãos dadas para uma alimentação melhor e um futuro melhor”, a edição deste ano marca também os 80 anos da FAO, que desde 1945 atua pela erradicação da fome e pela promoção do acesso universal a alimentos nutritivos, seguros e sustentáveis.
Alimentar-se é um ato político, ético e de amor-próprio
Para nutrólogos, nutricionistas, endocrinologistas e agrônomos, a data representa um lembrete essencial: alimentar-se não é apenas uma necessidade biológica, mas um ato político, ético e de amor-próprio.
O que colocamos à mesa influencia não apenas nossa saúde, mas também o equilíbrio ambiental e social do planeta. “A cada refeição, decidimos o tipo de agricultura que apoiamos — aquela que destrói ou a que regenera o solo; a que envenena ou a que nutre”, resume o blog Ecologia Médica (https://www.ecologiamedica.net/2020/06/5-de-junho-dia-mundial-do-meio-ambiente.html).
A relação entre alimentação e planeta é direta: não há saúde possível em um planeta doente.
Fome e desperdício: a crise alimentar da contradição
O cenário global escancara um paradoxo. Segundo dados recentes da FAO, 2,6 bilhões de pessoas não conseguem manter uma alimentação saudável. Enquanto milhões convivem com a fome, outros enfrentam doenças causadas pelo excesso de alimentos ultraprocessados e pobres em nutrientes.
Obesidade, desnutrição e insegurança alimentar se misturam — muitas vezes dentro da mesma casa. Especialistas alertam que o problema não é apenas de acesso, mas de consciência.
A falta de tempo para cozinhar, o consumo apressado e a desconexão com o próprio corpo agravam um sistema alimentar que privilegia o lucro em vez da nutrição.
De mãos dadas: o papel de cada um na transformação
Embora políticas públicas sejam essenciais, a mudança também começa em pequenas atitudes cotidianas. Cada refeição é uma oportunidade de transformação.
Entre as práticas defendidas por profissionais da saúde e sustentabilidade estão:
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escolher alimentos locais e da estação;
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reduzir desperdícios;
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apoiar feiras e pequenos produtores;
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cozinhar mais e ler rótulos com atenção;
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evitar ultraprocessados;
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ensinar crianças a respeitar os alimentos.
“Essas ações simples são uma revolução silenciosa, mas poderosa”, afirmam especialistas.
Ciência, tecnologia e educação: os pilares de um novo sistema alimentar
A FAO destaca que ciência, tecnologia e educação precisam caminhar juntas para reverter a crise alimentar. Isso inclui investir em educação nutricional e literacia alimentar, capacitando a população a compreender o que consome e a identificar práticas nocivas mascaradas como “saudáveis”.
Para médicos e nutricionistas, o compromisso vai além do consultório: é papel da área da saúde educar para libertar, promovendo escolhas alimentares mais conscientes e sustentáveis.
Um futuro melhor começa no prato de hoje
Mais do que uma data comemorativa, o Dia Mundial da Alimentação é um lembrete de que mudanças coletivas começam com decisões individuais.
Escolher alimentos naturais, respeitar o ciclo das estações e valorizar a comida de verdade são atitudes que constroem um futuro mais justo e saudável — para as pessoas e para o planeta.
Como reforça a campanha da FAO, “de mãos dadas” é mais do que um lema: é o caminho para garantir uma alimentação melhor e um futuro melhor.
Quer começar hoje? O Guia Alimentar para a População Brasileira, referência mundial produzida pelo Ministério da Saúde, é um excelente ponto de partida para repensar hábitos e redescobrir o prazer de comer bem.
