
Natural de Içara, no Sul de Santa Catarina, Jéssica Stapazzollo, de 33 anos, foi brutalmente assassinada a facadas na Itália. O principal suspeito é seu ex-companheiro, que confessou o crime às autoridades italianas e está preso.
O caso ocorreu no fim de outubro, em Castelnuovo del Garda, no norte do país, onde Jéssica morava. De acordo com a agência italiana ANSA, o laudo pericial apontou que ela foi atingida por 27 facadas, sendo duas no coração, o que causou choque hemorrágico e levou à morte.
Investigação e prisão do suspeito
A investigação indica que o crime aconteceu entre a noite de 26 e a manhã de 27 de outubro, sendo o corpo encontrado cerca de 24 horas depois. O ex-companheiro foi detido em 28 de outubro, na cidade vizinha de Valeggio sul Mincio, após confessar o homicídio. No momento da prisão, segundo a polícia, ele estava visivelmente alterado.
O agressor já tinha antecedentes por violência doméstica e envolvimento com drogas. Em abril deste ano, havia sido preso por agredir Jéssica, após jogá-la no chão, arrastá-la pelos cabelos no asfalto e feri-la com a chave do carro.
Família busca ajuda para trazer corpo ao Brasil
O padrasto da vítima, Mauricio Donato, informou que o corpo será velado na Itália e, em seguida, trasladado para o Brasil. O custo do processo está estimado em R$ 60 mil, e a família iniciou uma campanha nas redes sociais para arrecadar fundos e viabilizar o retorno do corpo.
Mauricio relatou que ele e a mãe de Jéssica moram a cerca de 15 quilômetros do local do crime e receberam a notícia na madrugada de terça-feira (28):
“Os policiais chegaram aqui às 4h40 da manhã. Pediram licença e nos deram a péssima notícia. Minha esposa, mãe de Jéssica, foi para o hospital. Agora está em casa, com acompanhamento médico e medicada”, contou ao g1.
Repercussão na Itália
O Consulado-Geral do Brasil em Milão confirmou que Jéssica possuía cidadania ítalo-brasileira e informou que acompanha o caso junto às autoridades e à família.
O crime gerou forte comoção em Castelnuovo del Garda. A prefeitura local publicou uma nota de pesar, classificando o assassinato como “um terrível ato de violência”, e realizou um ato simbólico em 30 de outubro em frente à sede da administração municipal, em homenagem à brasileira.
O comunicado também destacou o compromisso do município no combate à violência de gênero e a parceria com a organização Telefono Rosa, que oferece acolhimento e apoio a mulheres vítimas de agressão.
A vice-prefeita e assessora de Igualdade de Oportunidades, Silvia Fiorio, que também preside a comissão provincial de políticas de gênero, reforçou que a tragédia reacende o alerta sobre a necessidade de políticas firmes de proteção e conscientização:
“Nossa comunidade se une em luto e na firme condenação de todas as formas de violência contra as mulheres.”
A morte de Jéssica reacende o debate sobre feminicídios cometidos contra brasileiras no exterior, além de mobilizar redes de solidariedade entre conterrâneos e entidades que lutam pela proteção das mulheres.




















