Na manhã desta quarta-feira (12), uma cena lamentável foi registrada na Praia Central de Balneário Piçarras, no Litoral Norte de Santa Catarina. Um Marlin-Negro, espécie considerada uma das mais velozes do planeta, capaz de atingir 130 km/h em mergulhos e arrancadas, foi encontrado morto com um pneu preso ao bico — um símbolo trágico da poluição marinha.
O fotógrafo Mauricio Guartelá, que passeava pela orla em busca de imagens da paisagem local, se deparou com o animal já sem vida. “A cabeça estava separada do corpo e o bico atravessava um pneu velho. Uma imagem triste, um alerta”, relatou. O registro foi feito em uma das praias premiadas por qualidade ambiental, reconhecida pela limpeza e boa balneabilidade, o que reforça o contraste entre a beleza natural e o impacto do lixo no oceano.
“É de partir o coração ver o impacto que nós, seres humanos, causamos na natureza. Nossos resíduos estão matando vidas que nem têm culpa da nossa falta de cuidado”, desabafou o fotógrafo em publicação nas redes sociais.
Especialistas alertam
Segundo Rômulo Porhos, coordenador de um museu oceanográfico da região, o Marlin-Negro é uma espécie pelágica, ou seja, habita águas profundas e dificilmente é vista próxima da costa. “Apesar de não ser raro nos oceanos tropicais, é incomum encontrá-lo encalhado. Essa espécie é conhecida pelo longo bico, que já causou ferimentos em boias de pesca, cascos de embarcações e até em baleias, mas ver um preso em um pneu é algo chocante”, afirmou.
Um alerta ambiental
Guartelá, que já atuou no Museu Oceanográfico da Univali e como professor da universidade, reforça o caráter de alerta do episódio.
“A natureza está pedindo socorro, e a responsabilidade é de todos nós. Bora se conscientizar e cuidar melhor do nosso planeta.”
A cena se espalhou rapidamente pelas redes sociais, despertando indignação e reflexões sobre o descarte de resíduos no mar — um problema que afeta não só a vida marinha, mas também o turismo e a própria imagem de destinos que buscam sustentabilidade.
📍 Balneário Piçarras, uma das praias mais limpas e certificadas do Litoral Norte catarinense, volta a ser destaque — desta vez, por um triste lembrete da urgência de proteger os oceanos.
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Fotos: Maurício Guartela



















