Cristiano Zonta
A Polícia Civil informou nesta quinta-feira (10) que investiga o ato antidemocrático em frente ao 63º Batalhão de Infantaria do Exército, localizado no bairro Estreito, em Florianópolis. O grupo, que é contrário ao resultado das eleições, se concentra em frente à base militar há quase 10 dias, chegando em alguns momentos a bloquear o trânsito em frente ao prédio, causando tumulto e filas na região.
A apuração ocorre após pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Segundo o delegado Márcio Fortkamp, responsável pelo caso, a investigação é feita por meio de um procedimento de termo circunstanciado.
Desde que as ações no local tiveram início, a Polícia Civil recebeu aos menos quatro boletins de ocorrências. Em todos, os relatos foram de “transtornos decorrentes da aglomeração no local”, afirmou o investigador.
Conforme Fortkamp, serão ouvidas inicialmente as pessoas que noticiaram o fato ao MPSC. Na sequência, a Polícia Civil quer ouvir os responsáveis pela manifestação, assim que forem identificados. Não foi informado o prazo de quando testemunhas serão ouvidas.
Na terça-feira (8), foram instaladas grades para evitar que os manifestantes invadam o trânsito. Além disso, outra medida será a exigência para que a lei do silêncio predomine. Por conta disto, depois das 22h a determinação precisará ser respeitada.
MPSC cobra PM sobre protestos
Na noite de segunda-feira (7), o MPSC pediu à Polícia Militar de Santa Catarina para que detalhasse as ações tomadas para desobstruir vias urbanas ocupadas do Estado por grupos contrários ao resultado das urnas. Segundo o órgão, a solicitação foi respondida dentro do prazo de 24 horas. Agora, o documento está sendo analisado.
Em Santa Catarina, pelo menos 12 empresários e agentes públicos foram identificados por financiar e organizar os bloqueios em rodovias federais e estaduais durante atos.
Os dados e informações constam em relatório sigiloso MPSC que foi entregue na terça ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes.
Santa Catarina chegou a ter quase 70 atos de bloqueios simultâneos em rodovias de todo o estado. Desde segunda-feira (7), não há nenhuma estrada fechada.
Preocupação em SC
O relatório, assinado pelo Procurador-Geral de Justiça do estado, Fernando Comin, reforçou a preocupação em relação a presença de idosos e crianças como escudos humanos nos bloqueios. Uma investigação do órgão já busca identificar os pais ou responsáveis dos menores.
O MPSC também relatou os atos de violência praticados contra as forças de segurança. Na segunda, dois policiais rodoviários federais ficaram feridos após serem agredidos por manifestantes. Um homem que foi preso em flagrante vai responder por tentativa de homicídio.
Via G1
