
A crise dentro do PL catarinense atingiu um novo patamar de tensão nesta quinta-feira (23), após a deputada federal Carol de Toni (PL-SC) fazer um desabafo explosivo em rede estadual de rádio. O estopim foi a informação de que o governador Jorginho Mello (PL) teria defendido, em reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro, o nome do senador Esperidião Amin (Progressistas) como candidato ao Senado pela chapa governista — preterindo a própria Carol, que vinha sendo tratada como nome certo dentro da sigla.
Pressão em Brasília e ruptura à vista
Durante o encontro em Brasília, Bolsonaro teria deixado claro a Jorginho que sua intenção é montar uma chapa com Carlos Bolsonaro e Carol de Toni para o Senado. No entanto, o governador rebateu, defendendo a manutenção de alianças com o PP e o nome de Amin, o que garantiria mais tempo de TV e sustentação política para sua campanha à reeleição.
A articulação irritou profundamente Carol, que viu a decisão como uma quebra de palavra. “O governador foi a Xanxerê, olhou nos meus olhos e disse que eu seria candidata ao Senado. Agora querem me trocar em nome de conveniência política. Aqui ninguém é fantoche, ninguém é palhaço”, disparou.
“Ou cumprem o que prometeram, ou eu saio”
Durante a entrevista à Rádio Rede Princesa, a deputada foi direta: ou o PL resolve o impasse até março, ou ela deixará o partido para buscar uma legenda “independente” que lhe permita disputar o Senado com liberdade. “Se a palavra que me foi dada não for cumprida, buscarei outro caminho. Tenho coragem, caráter e palavra — algo que tem faltado na política catarinense”, afirmou, em tom de ultimato.
Carol também reforçou que não aceita ser manipulada por “caciques políticos” e que sua decisão será guiada “pelo desejo do catarinense, não pelo interesse de meia dúzia”.
Reação em cadeia e impacto político
O desabafo público da parlamentar expôs fissuras dentro do PL e acendeu um alerta na base bolsonarista de Santa Catarina. O embate entre Jorginho Mello, Carol de Toni e o entorno de Esperidião Amin promete redesenhar o cenário eleitoral do estado — e coloca em xeque o equilíbrio entre lealdade a Bolsonaro e os interesses do grupo governista.
Clima de guerra no PL
Nos bastidores, aliados classificaram o episódio como o “começo de uma guerra aberta” dentro do partido. Carol de Toni, que sempre se destacou pela fidelidade ao bolsonarismo raiz, agora adota um discurso de independência e confronto direto com a cúpula estadual.
Com sua fala afiada e disposição para romper com o governador, a deputada faz ecoar uma mensagem clara: “Aqui ninguém é fantoche, ninguém é palhaço.”





















