
Um acidente envolvendo a rede elétrica urbana voltou a expor um problema antigo em Barra Velha. Na tarde desta quarta-feira (8), uma carreta que trafegava pela Rua Paraná, no centro da cidade, acabou enroscando nos fios de energia e derrubou um poste sobre um carro estacionado.
O veículo, um automóvel de passeio, pertence à atendente de farmácia Neide K. da Rosa, que estava trabalhando no momento do incidente. “Ouvi um barulho forte e vi o caminhão parado. Logo depois me disseram que o poste tinha caído em cima do meu carro”, contou à reportagem.
De acordo com moradores e comerciantes da região, o problema não é novo. Caminhões de menor porte e vans de entrega frequentemente se enroscam na fiação baixa. “Os fios vivem pendurados, e não há sinalização indicando altura máxima ou restrição de passagem”, relatou uma testemunha.
A Polícia Militar registrou a ocorrência e a via ficou parcialmente interditada por quase três horas. Técnicos da Celesc precisaram interromper o fornecimento de energia para remover o poste e restabelecer o sistema. “A resposta foi demorada. Só vieram mais de uma hora depois que ligamos”, disse a proprietária do carro atingido.
De quem é a responsabilidade?
Segundo o Código Civil Brasileiro (artigos 186 e 927), quem causa dano a outra pessoa, por ação ou omissão, responde pela reparação. No entanto, quando o incidente envolve a rede elétrica, a situação é mais complexa.
Especialistas em direito civil e trânsito explicam que a culpa pode recair sobre diferentes partes, dependendo da apuração técnica:
-
Se o caminhão respeitava a altura máxima permitida (geralmente 4,40 m para veículos de carga), a responsabilidade pode ser da concessionária de energia, caso a fiação estivesse abaixo do limite regulamentar.
-
Se os fios estavam corretamente posicionados, mas o veículo excedia a altura permitida, o motorista ou a transportadora podem ser responsabilizados.
-
Já o município também pode ser incluído na apuração, caso haja falha de sinalização, omissão em fiscalizar ou ausência de aviso sobre restrições de tráfego.
Problema recorrente
Moradores afirmam que a Rua Paraná já registrou outros incidentes semelhantes, mas sem consequências tão graves. A altura irregular de cabos e a ausência de manutenção periódica são apontadas como os principais motivos.
Enquanto a investigação segue, Neide tenta resolver os prejuízos. “Agora é correr atrás do conserto e ver quem vai pagar. O carro é o que me leva e traz do trabalho todos os dias”, lamenta.
Fotos: Reprodução Redes Socias Fonte: DaniMeller