
Uma personal trainer de Florianópolis está entre os brasileiros presos em Israel que aguardam, nesta terça-feira (10), o resgate da Força Aérea Brasileira (FAB) para conseguir retornar ao Brasil. Segundo Bruna de Luca, 37 anos, ainda não há previsão para a viagem ocorrer.
A catarinense está em Tel Aviv há 25 dias, mas há um ano viaja pelo sudeste asiático. Ela conta que conhecia o brasileiro Ranani Nidejelski Glazer, encontrado morto após o ataque terrorista, mas não chegou a encontrá-lo durante a passagem por lá.
Bruna diz que desde sábado (6) vive dias que oscilam entre o “desespero”, quanto tocam as sirenes, e a “calma”, de quando não escuta nenhuma explosão.
Ela está em um hostel com outros hóspedes e, juntos, monitoram ataques e lançamento de bombas através de um aplicativo (imagens abaixo).
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“É aterrorizante. O apavoro começou no sábado. Teve muitas explosões aqui perto, toca a sirene e a gente tem que ir para a escada para se protegerem”, afirma.
A personal trainer enviou os seus dados e aguarda o contato da FAB para embarcar em um dos aviões enviados para resgatar os brasileiros que estão no meio do conflito.
O primeiro voo com brasileiros resgatados nas áreas de conflito decolou do aeroporto internacional de Tel Aviv nesta terça-feira.
“Domingo e segunda foram dias um pouco mais calmos. Não teve sirene, mas teve bombas mais afastadas que a gente conseguia ouvir. Hoje (terça-feira), na parte da manhã, também ouvimos bombas mais longe”, afirma.
Catarinense conhecia o brasileiro morto
Bruna também conhecia Ranani Nidejelski Glazer, brasileiro que desapareceu em Israel no ataque do grupo terrorista Hamas, e que foi encontrado morto, segundo o Itamaraty.
“Ele é primo de um amigo meu que mora na Austrália. O meu amigo viu no meu Instagram que estava em Telavive e me falou, no sábado, que o primo tinha desaparecido. Ele me mandou a foto e hoje ele me escreveu dizendo que encontraram ele morto”, conta.
Contatos para brasileiros
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a embaixada do Brasil em Tel Aviv disponibilizou em seu site um formulário para inscrição de brasileiros interessados nos voos de repatriação.
O site da embaixada é: https://www.gov.br/mre/pt-br/embaixada-tel-aviv
No caso dos brasileiros em territórios palestinos (veja abaixo), ainda não há voos organizados em razão das dificuldades logísticas e de segurança.
O ministério mantém contatos de emergência, no entanto, com o aplicativo WhatsApp instalado:
- Escritório em Ramala: +972 (59) 205 5510
- Embaixada em Tel Aviv: +972 (54) 803 5858
- Plantão consular geral, em Brasília: +55 (61) 98260-0610
O que aconteceu até agora?
▶️ Como foi o ataque? As ações se concentraram perto da fronteira da Faixa de Gaza, de onde Hamas lançou 5 mil foguetes.
Por terra, ar e mar, com motos e parapentes, homens armados invadiram o território israelense pelo sul do país.
Houve relatos de que os invasores atiraram em pessoas que estavam nas ruas e sequestraram dezenas de israelenses (incluindo mulheres e crianças), levados como reféns para Gaza.
▶️ Como foi a resposta de Israel? Diante da ofensiva do Hamas, o governo israelense iniciou uma retaliação.
“Estamos em guerra e vamos ganhar”, disse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, logo após o ataque.
“O nosso inimigo pagará um preço que nunca conheceu.”
Ainda em 7 de outubro, Israel lançou bombas em direção à Faixa de Gaza.
▶️ Quantas pessoas morreram? O balanço mais recente das autoridades locais indicava, na manhã desta terça-feira, que mais de 1.600 pessoas morreram. Mais de 900 foram em Israel. O Ministério da Saúde de Gaza informou ter registrado 770 mortes de palestinos.
▶️ O que é e onde fica Faixa de Gaza? É o território palestino localizado em um estreito pedaço de terra na costa oeste de Israel, na fronteira com o Egito.
Marcado por pobreza e superpopulação, tem 2 milhões de habitantes morando em um território de 360 km². Para se ter uma ideia desse tamanho em comparação com cidades brasileiras, o território é um pouco maior que o da cidade de Fortaleza (312.4 km²) e menor que o de Curitiba (434,8 km²).
Tomada por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e entregue aos palestinos em 2005, Gaza vive um bloqueio de bens e serviços imposto por seus vizinhos de fronteira.
▶️ Qual é o histórico do conflito na região? A disputa entre Israel e Palestina se estende há décadas e já resultou em inúmeros enfrentamentos armados e mortes.