Joinville, o maior município de Santa Catarina, é a cidade do Brasil que mais registrou mortes por dengue em 2023. De acordo com dados do Ministério da Saúde de 25 de julho, o boletim mais recente, foram 33 óbitos pela doença no município, que fica no Norte do estado.
O número de casos de dengue em 2023 já ultrapassou o total registrado em todo o ano passado em Santa Catarina. Segundo o balanço divulgado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), foram 96.040 casos até 24 de julho, contra 83.276 no ano anterior.
Em 2023, o estado confirmou 89 mortes pela doença e seis ainda seguem em investigação. Durante todo o ano de 2022, 90 pessoas em Santa Catarina morreram por causa da doença. A doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
Com a divulgação do balanço, o diretor da Dive, João Augusto Brancher Fuck, alertou que a população que tiver sintomas deve procurar o sistema de saúde (leia mais abaixo).
Combate à dengue em Joinville
Pra tentar conter a doença, Joinville mantém ações permanentes, como as visitas dos agentes de endemias as casas. Além disso, os profissionais vistoriam pontos estratégicos da cidade, como ferros velhos e centros de reciclagem, locais que podem oferecer mais riscos.
“Quando a gente identifica esse perfil epidemiológico do município, que a gente sabe onde tem os mosquitos, larvas, e onde tem paciente doente, a gente consegue ser mais assertivo, e direcionar nossas ações. Porque cada um desses tipos de perfil epidemiológico a gente consegue direcionar uma ação diferenciada. Então Joinville trabalha o ano todo, de janeiro a janeiro, na prevenção da dengue com diferentes estratégias, sempre tentando focar naquilo que foi identificado no bairro ou no local”, declarou a diretora da Secretaria Municipal de Saúde, Fabiana Almeida.
A médica infectologista Sabrina Sabino explicou que o aumento dos casos confirmados e da letalidade no município podem ser explicados alguns fatores, entre eles, as mudanças climáticas que a região Sul tem passado.
“Primeiro caso, a mudança climática. Nós estamos na região Sul, com clima mais quente e chuvoso, o que não era nos últimos anos. Segundo, tanto o poder público como a população de fazer a sua parte, fazer a prevenção, aquilo tudo que a gente já sabe, não deixar água parada. E o terceiro ponto, nós já tivemos uma primeira exposição. Esses pacientes já tiveram um primeiro momento de dengue muito possivelmente e não foram diagnosticados, e nesse momento estão sendo diagnosticados com um segundo quadro de dengue, o que pode explicar esse número maior de óbitos na região”, disse a médica.
Sintomas
- Febre alta, com mais de 38°C
- Dor no corpo e articulações
- Dor atrás dos olhos
- Mal-estar
- Falta de apetite
- Dor de cabeça
- Manchas vermelhas no corpo
Prevenção
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina divulgou orientações para evitar a proliferação do mosquito:
- evite usar pratos nos vasos de plantas – se usá-los, coloque areia até a borda;
- guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
- mantenha lixeiras tampadas;
- deixe os depósitos d’água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
- plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
- trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;
- mantenha ralos fechados e desentupidos;
- lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;
- retire a água acumulada em lajes;
- dê descarga no mínimo uma vez por semana em banheiros pouco usados;
- mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;
- evite acumular entulho, pois ele pode se tornar local de foco do mosquito da dengue;
- denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;
- caso apresente sintomas de dengue, febre de chikungunya ou vírus da zika, procure uma unidade de saúde para o atendimento