
A violência contra a mulher se tornou uma epidemia nacional. O aumento dos casos de feminicídio tem sido registrado em todas as regiões do país, chocando pela crueldade e brutalidade dos crimes. Só nesta semana, três mulheres foram espancadas e mortas por seus companheiros. Um dos casos que ganhou grande repercussão nacional foi o da jovem Júlia Garcia, que recebeu 60 socos no rosto do namorado, ficando com o rosto totalmente desfigurado.
Em Santa Catarina, duas mulheres foram assassinadas covardemente nesta mesma semana, confirmando que o Brasil ocupa a quinta posição no ranking mundial de feminicídios, com uma taxa de 4,8 casos para cada 100 mil mulheres, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O feminicídio é caracterizado pelo assassinato de mulheres motivado por questões de gênero, geralmente relacionado à percepção da mulher como posse do companheiro.
No estado, dados do Observatório da Violência contra a Mulher indicam que 51 mulheres foram mortas em 2024 e, até junho de 2025, já foram contabilizados 23 casos oficiais de feminicídio. O mesmo órgão registra que mais de 15 mil medidas protetivas foram emitidas para garantir a segurança das mulheres, enquanto quase 37 mil casos de violência foram oficialmente denunciados, embora especialistas acreditem que a realidade seja ainda mais grave.
A deputada Paulinha, coordenadora da Bancada Feminina do Parlamento catarinense, manifestou indignação nas redes sociais diante dos recentes casos e reafirmou seu compromisso com os direitos das mulheres e o combate à violência de gênero. Autora de 48 projetos, sendo quatro deles leis voltadas à proteção feminina, ela destaca iniciativas como o Programa Tem Saída, que oferece apoio a mulheres em situação de violência doméstica, e a criação da Semana de Conscientização dos Relacionamentos Abusivos, realizada em junho.
“Espancadas, assassinadas, só por serem mulheres. Eu não aceito que esse seja o mundo que fica para as minhas filhas e netas. Nenhuma mulher deve lutar sozinha. A sociedade tem que denunciar”, afirmou a deputada, chamando atenção para o Agosto Lilás, mês dedicado à conscientização pelo fim da violência contra a mulher.
Paulinha ainda ressaltou que a violência de gênero não tem partido nem ideologia. “Mulheres de direita e de esquerda, feministas, antifeministas ou quem não se vê em rótulos: todas podem ser vítimas. Falar, agir e denunciar não é mimimi. É urgência. Violência contra a mulher é crime. Se você sofreu ou presenciou violência contra mulher, ligue 180 e denuncie”, concluiu.
