
Diversos cardeais confirmaram, segundo informações da agência EFE, que a data para o início do conclave que deverá eleger o sucessor do papa Francisco será definida nesta segunda-feira (28), enquanto se dirigiam à quinta congregação geral, os encontros nos quais os cardeais que entrarão na Capela Sistina realizam missas e se preparam para a eleição do próximo pontífice.
O cardeal italiano Fernando Filoni, de 79 anos, está certo de que “hoje será alcançado um acordo” para escolher a data, assim como Matteo Zuppi, presidente da Conferência Episcopal italiana, considerado um dos nomes mais citados entre os candidatos papais, que também confirmou que a data deverá ser escolhida hoje.
Quase tudo aponta para o dia 5 de maio, embora os cardeais que falaram nesta segunda-feira o considerem apenas “provável”. Neste momento, estão em curso os chamados novemdiales, os nove dias de luto com celebrações eucarísticas por Francisco. De acordo com a Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, o conclave deve ser iniciado entre 15 e 20 dias após a morte do pontífice, prazo pensado para garantir a chegada de todos os cardeais eleitores a Roma. Caso não haja antecipações ou atrasos, a expectativa é que o conclave se realize entre 5 e 10 de maio.
Os mais relaxados ao entrarem na Sala do Sínodo, onde são realizadas as grandes assembleias no Vaticano, são os maiores de 80 anos que não poderão eleger o novo papa, como o mexicano Norberto Rivera, de 82 anos, que lembrou que esses assuntos “não são de sua responsabilidade”.
O cardeal Giuseppe Versaldi, de 81 anos, também é um dos que mais fala com a imprensa e acredita que quase certamente a data será anunciada hoje. Por sua vez, o cardeal venezuelano bispo emérito de Caracas, Baltazar Enrique Porras, espera que o próximo pontífice “continue os caminhos do papa Francisco, especialmente o que vimos na sinodalidade, como servos e não superiores a ninguém”.
“Sim, claro, eles dirão a data hoje”, assegurou ao entrar na primeira reunião após o funeral de Francisco, realizado no sábado (26). O argentino Angel Sixto Rossi, de 66 anos, arcebispo de Córdoba, comentou que os cardeais viverão esses dias de congregação com “a esperança de dar uma mão para encontrar a figura” que os ajudará a “continuar caminhando”.
“Começamos agora, a rezar, com o desejo de encontrar uma figura que tenha a coragem de continuar sua individualidade. Ele não precisa ser como o papa Francisco, mas não deve perder o caminho da misericórdia que iniciou”, opinou Rossi, que foi nomeado cardeal pelo pontífice argentino em seu último consistório.
Os cardeais que entram no Vaticano pela chamada porta do Santo Ofício usam um crachá pendurado no pescoço com seu nome, nacionalidade e o posto que ocuparão na sala, para que possam se identificar.
Segundo informações da agência EFE, nestes contatos iniciais, os cardeais de 71 países diferentes reconhecem que tiveram pouco tempo para se conhecerem e, portanto, precisam de tempo para se familiarizar, comparar opiniões e identificar potenciais candidatos.
Dos mais de 130 cardeais que entrarão na Capela Sistina, 108, ou 80% deles, foram escolhidos pelo papa Francisco durante seus 12 anos de pontificado e dez consistórios, mas isso não significa que todos sejam ‘bergoglianos’; muitos deles nunca se conheceram na vida porque vêm de lugares tão periféricos como Mongólia, Irã e Papua Nova Guiné, e vêm de realidades muito diferentes e com ideias completamente divergentes.
