
A sessão desta segunda-feira (25) na Câmara de Vereadores de Joinville foi marcada por tensão após o vereador Mateus Batista (União Brasil) afirmar em plenário que “o estado do Pará é um lixo”. A fala provocou reações imediatas e abriu debate sobre preconceito e xenofobia no Legislativo.
A vereadora Vanessa da Rosa (PT) reagiu lembrando que Batista já havia publicado um vídeo em que associava a chegada de migrantes do Pará ao risco de transformar Joinville em “um favelão”. Para ela, a postura do colega ultrapassa os limites da crítica política. “Isso é xenofobia e não pode ser tolerado dentro do parlamento. A cidade não merece esse tipo de representação”, destacou.
Pressionado, Batista reafirmou a declaração e disse que sua crítica se refere à administração estadual, e não à população paraense. A insistência gerou ainda mais desgaste político e expôs novamente a Câmara a críticas públicas.
Durante o debate, o vereador Lucas Souza (Republicanos) fez contraponto e destacou a importância da migração na história joinvilense. Citando dados do IBGE, ele lembrou que cerca de 30% dos moradores nasceram fora de Santa Catarina — aproximadamente 185 mil pessoas. “Cada bairro, cada empresa e cada parte de Joinville carrega a marca da migração. Migrar é um ato de esperança e coragem”, afirmou.
O episódio intensificou a crise de imagem do Legislativo e reacendeu a discussão sobre a responsabilidade de agentes públicos e os limites da liberdade de expressão no exercício do mandato.
