
Defesa alega inocência; réu deve ir a júri popular. Corretores foram mortos a tiros, um deles com oito disparos.
O sócio acusado de matar os corretores de imóveis Deyvid Luiz Leite e Thiago Adolfo, em Balneário Piçarras, foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e deve ser levado a júri popular. A denúncia aponta “crueldade” nos crimes, atribuídos a Ralf Junior Dombek Manke, que responde também por porte ilegal de arma de fogo.
Segundo a acusação, os homicídios ocorreram em 1º de julho deste ano, dentro de uma imobiliária no Centro da cidade. Uma das vítimas foi atingida por oito disparos, enquanto a outra recebeu dois tiros, no tórax e no abdômen. O crime teria sido motivado por uma dívida de R$ 25 mil, referente à venda de parte da sociedade da empresa.
Ocultação de provas e prisão em flagrante
De acordo com o MPSC, após os disparos, Ralf teria retirado o equipamento que armazenava as imagens de segurança do local, numa tentativa de ocultar provas, e fugido. Em seguida, entrou em contato com um policial militar conhecido, a quem relatou o que havia feito, sendo orientado a se entregar.
Ele foi preso em flagrante em um posto de combustíveis, em Itajaí. Na abordagem, policiais encontraram manchas de sangue em suas roupas e a pistola 9 mm utilizada nos disparos. O acusado também teria confessado o crime no momento da prisão.
“Estamos diante de crimes graves, praticados com crueldade e por motivo torpe. O Ministério Público vai atuar para que o denunciado seja levado ao Tribunal do Júri e responsabilizado de acordo com a lei, garantindo também que as famílias das vítimas tenham voz no processo”, afirmou a promotora de Justiça Ana Laura Peronio Omizzolo.
Defesa contesta acusação
O advogado de Ralf, Rodolfo Warmeling, afirmou que recebeu com tranquilidade a denúncia do Ministério Público e ressaltou a confiança na Justiça.
“O oferecimento da denúncia representa o início da fase processual, ocasião em que a defesa poderá se manifestar formalmente e produzir provas capazes de demonstrar a inocência de Ralf Manke”, declarou.
A defesa sustenta a tese de legítima defesa e afirma que apresentará novos elementos no decorrer da ação penal. “Reiteramos, por fim, nossa confiança no papel do Poder Judiciário e reafirmamos, mais uma vez, o compromisso inabalável da defesa com a Justiça”, completou Warmeling.
Atualmente, Ralf está preso preventivamente no Complexo Penitenciário de Itajaí.
