A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa pela polícia italiana na tarde desta terça-feira (29), em Roma, capital da Itália. A informação foi confirmada por fontes da Polícia Federal brasileira.
Zambelli estava foragida desde junho, quando deixou o Brasil pouco após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão pela invasão aos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), crime cometido em 2023.
A prisão ocorreu após denúncia do deputado italiano Angelo Bonelli, que publicou em sua conta oficial na rede social X (antigo Twitter) o endereço onde Zambelli estaria hospedada.
“Carla Zambelli está em um apartamento em Roma. Dei o endereço à polícia, e a polícia já está identificando Zambelli”, escreveu Bonelli, que já havia solicitado ao governo italiano urgência na extradição da parlamentar brasileira.
Segundo o processo no STF, a invasão ao sistema do CNJ foi executada pelo hacker Walter Delgatti, que declarou em depoimento ter agido a mando de Zambelli. A operação teve como objetivo, segundo a investigação, comprometer a credibilidade do Judiciário e forjar documentos falsos para alimentar teorias conspiratórias nas redes sociais.
Além da condenação de 10 anos, Zambelli responde por outro processo criminal no STF, desta vez relacionado ao episódio em que sacou uma arma de fogo e perseguiu o jornalista Luan Araújo, às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
Naquele caso, o julgamento no Supremo já conta com placar de 6 votos a 0 pela condenação de Zambelli a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto, mas a decisão foi temporariamente suspensa após pedido de vista do ministro Nunes Marques.
A parlamentar havia solicitado à Justiça o reconhecimento de sua cidadania italiana, o que, segundo especialistas, poderia dificultar uma eventual extradição. No entanto, o governo italiano já havia sido pressionado por parlamentares e setores da sociedade civil a não permitir que a cidadania fosse usada como escudo contra a Justiça brasileira.
Com a prisão confirmada, o próximo passo deve ser o trâmite do pedido formal de extradição feito pelo Brasil, o qual deverá passar por avaliação do governo italiano.
