
O ex-corretor de imóveis, morador de Armação do Itapocoroy, Penha (SC), Alaim Domingos da Silva, foi preso na tarde de ontem pela Polícia Civil do Espírito Santo, na cidade de Marataízes, no litoral capixaba. Ele é acusado de lesar 60 vítimas, com vendas fraudulentas de imóveis em Penha e região.
O delegado da Polícia Civil de Penha, Angelo Fragelli, instaurou inquérito civil que aponta cerca de 60 vítimas, ocasionando prejuízo em torno de R$ 3 milhões. Alain teve a prisão decretada no início de novembro do ano passado e seu nome entrou na lista de procurados da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal Internacional). Ele estava sendo procurado desde o final de outubro do ano passado.
Há cerca de três semanas, policiais civis e militares de Marataízes receberam informações através do Disque Denúncia de que um homem com mandado de prisão em aberto pelo crime de estelionato estava escondido em uma residência localizada na Rua Joaquim Leão, no bairro Alto da Lagoa Funda, na cidade do litoral capixaba.
Durante uma campana policial, Alaim foi visto na frente da casa em que estava escondido. Ele ainda tentou fugir correndo dos policiais, mas acabou sendo alcançado e em seguida algemado.
Com ele foram encontrados R$ 15 mil em dinheiro, dois aparelhos de celular e três cartões de crédito. Em depoimento na polícia, Alaim confessou ter praticado estelionato em Santa Catarina.
O ex-corretor foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória de Marataízes (ES), onde está disposição da Justiça.
“É lona calhau!”
O corretor enganou dezenas de famílias ao vender a mesma casa para todas elas em Penha. Após ser desmascarado, o homem desapareceu da cidade no final de outubro de 2024. Durante a fuga ele ostentava viagens de luxo nas redes sociais, com fotos em baladas em casa shows chiquérrimos e hotéis de luxo.
Em suas páginas na internet, ele costumava ostentar uma vida de luxo, posando ao lado de lanchas, com relógios banhados a ouro e em festas de alto padrão, onde viralizou com a frase: “É lona, calhau!”.
Sonho que virou pesadelo
Bruna Samantha foi uma das vítimas. que viu os anúncios em imobiliárias do município e gostou de um sobrado no Loteamento Pedro Borba. O valor de R$ 450 mil não estava abaixo do mercado e toda a papelada, que precisou ser autenticada em cartório, trouxe segurança para que ela e a família sequer desconfiassem do profissional.
De acordo com o delegado Angelo Fragelli, o golpe só foi descoberto, na época, porque o prazo de entrega das casas foi se aproximando e houve atrasos. Sem querer, as famílias começaram a descobrir que tinham adquirido o mesmo lote. Ao menos 60 pessoas foram identificadas e ouvidas em um mutirão feito na delegacia para dar celeridade ao processo.
Registro cassado
O registro profissional do corretor foi suspenso pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis de SC (CRECI-SC), em novembro do ano passado.
