
Vargem, SC – 05 de agosto de 2025 – Um escândalo de corrupção volta a abalar a confiança da população no poder público catarinense. A ex-prefeita de Vargem, Milena Andersen Lopes (PL), está sendo investigada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) sob suspeita de envolvimento em um esquema de recebimento de propina, durante o exercício de seu segundo mandato à frente da administração municipal (2021–2024).
A operação, batizada de “Via Clandestina”, foi deflagrada nesta terça-feira (5) e cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados à ex-prefeita, a uma empresa de construção civil e à atual sede da prefeitura de Vargem. Segundo o MP-SC, a apuração envolve crimes de corrupção ativa e passiva, além de suposto direcionamento de licitações na área de infraestrutura, especialmente contratos de pavimentação de vias públicas.
O nome da operação faz referência aos encontros supostamente realizados em vias públicas para a entrega de valores ilícitos, o que, segundo os investigadores, servia como tentativa de dificultar o rastreamento dos atos criminosos.
Milena Lopes, que atualmente ocupa o cargo de secretária-adjunta na Secretaria de Estado da Assistência Social, Mulher e Família, é apontada como peça central do esquema. A suspeita é de que, enquanto prefeita, tenha recebido propina em troca do favorecimento a determinadas empresas nas licitações municipais.
Em nota, o governo estadual afirmou que, até o momento, não foi notificado oficialmente sobre as investigações envolvendo a atual servidora. A Prefeitura de Vargem, por sua vez, confirmou o cumprimento dos mandados em órgãos da administração, mas destacou que os fatos investigados dizem respeito à gestão anterior e não envolvem os atuais gestores.
A Federação Catarinense de Municípios (Fecam), que Milena presidiu por breve período, também se pronunciou, esclarecendo que a apuração trata de atos anteriores à sua gestão na entidade.
A reportagem entrou em contato com a ex-prefeita Milena Lopes, mas não obteve resposta até o momento da publicação.
O caso provoca indignação na comunidade local e reacende o debate sobre ética na administração pública. Moradores e lideranças da cidade cobram transparência e responsabilização, especialmente diante da possibilidade de que recursos destinados a obras essenciais tenham sido desviados para fins pessoais.
A investigação segue em sigilo, e novas fases da operação não estão descartadas.
