
A Justiça da Itália decidiu nesta sexta-feira (1º) manter presa a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), detida em Roma na última terça-feira (29). A parlamentar passou por uma audiência de custódia dois dias após ser presa ao tentar escapar de um mandado de prisão emitido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Zambelli, que possui dupla cidadania, deixou o Brasil em maio deste ano com o objetivo de buscar asilo político na Itália. A fuga ocorreu após sua condenação pelo STF a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023. Além da pena, a deputada foi condenada ao pagamento de R$ 2 milhões por danos coletivos.
Segundo as investigações, Zambelli foi a autora intelectual da invasão que resultou na emissão fraudulenta de um mandado de prisão contra o próprio ministro Alexandre de Moraes. A execução do ataque cibernético foi feita por Walter Delgatti Neto, que também foi condenado e confirmou ter agido a mando da parlamentar.
Após a fuga, o governo brasileiro oficializou, no dia 11 de junho, o pedido de extradição de Zambelli. A solicitação foi feita por Moraes e encaminhada pelo Itamaraty às autoridades italianas. Ontem, a Advocacia-Geral da União (AGU) reiterou que adotará todas as medidas necessárias para assegurar o retorno da deputada ao Brasil.
A decisão final sobre a extradição cabe à Justiça italiana e ao governo do país europeu. O processo, contudo, costuma ser demorado, já que envolve trâmites jurídicos complexos e a análise de tratados internacionais entre Brasil e Itália. Não há prazo definido para o desfecho da solicitação.
