
A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 registrou 86.025 denúncias de violência contra mulheres entre janeiro e 31 de julho de 2025. O serviço, coordenado pelo Ministério das Mulheres, é gratuito e funciona 24 horas por dia. No período, esse tipo de ocorrência ficou em terceiro lugar entre os 594.118 atendimentos realizados por cerca de 300 atendentes da central.
A maioria dos contatos é para pedidos de informação. Ao receber uma denúncia, a central registra o caso e o encaminha aos órgãos competentes nos estados, no Distrito Federal e nos municípios, além de orientar sobre direitos, leis e serviços especializados da rede de atendimento.
Painel de dados
Nesta quinta-feira (7), o Ministério das Mulheres lançou o Painel de Dados do Ligue 180, ferramenta pública que detalha tipos de violência, perfil das vítimas e agressores e o contexto das ocorrências. O lançamento marca os 19 anos da Lei Maria da Penha e integra a campanha Agosto Lilás, com o tema “Não deixe chegar ao fim da linha. Ligue 180”.
Segundo a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, o painel permite planejar políticas públicas com base em evidências. “Seja nos feminicídios ou em qualquer tipo de violência, precisamos entender, estudar e traçar estratégias efetivas para mudar esse comportamento”, afirmou.
Números da violência
De janeiro a julho deste ano, o Ligue 180 registrou que:
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57,7% das vítimas são heterossexuais (49.674 casos);
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44,3% são negras (38.068 casos);
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Em 47,58% dos casos (40.933), o agressor era parceiro ou ex-parceiro;
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5,3% das violências (4.588) foram cometidas por vizinhos;
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Em 8,8% (7.589), o vínculo não foi declarado.
Entre os agressores identificados:
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49,2% são heterossexuais (42.320 casos);
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41,4% são negros (35.586 casos);
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32% são brancos (27.587 casos).
Tipos mais comuns de violência:
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Física – 35.665 registros (41,4%);
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Psicológica – 24.021 (27,9%);
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Sexual – 3.085 (3,6%).
A maioria das ocorrências aconteceu na residência da vítima (40,7%) ou em domicílio compartilhado com o agressor (28,2%). Em 21,9% dos casos, a violência se estendia há mais de um ano; em 9%, há mais de cinco anos; e em 8,6%, há mais de uma década.
Rede de atendimento
O ministério também disponibilizou o Painel da Rede de Atendimento à Mulher, com informações sobre delegacias especializadas, juizados, promotorias, abrigos e outros serviços públicos.
Atualmente, apenas 14 estados assinaram o Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios, que busca padronizar o encaminhamento e o tratamento das denúncias. A ministra defende a criação de secretarias ou coordenações voltadas à política de proteção das mulheres, inclusive em municípios pequenos.
Serviço
O Ligue 180 é gratuito, sigiloso e funciona todos os dias, 24 horas. Pode ser acessado por telefone, WhatsApp ((61) 9610-0180), e-mail (central180@mulheres.gov.br) ou videochamada em Libras. No exterior, o atendimento é feito pelo WhatsApp. O serviço é oferecido em português, inglês, espanhol e Libras.
Em caso de emergência, a orientação é ligar para a Polícia Militar pelo número 190.
