Cristiano Zonta
A comunidade de Balneário Piçarras se deparou com um crime violento e recorrente nesta quarta-feira, dia 9 de abril: mais um corpo carbonizado foi encontrado em área baldia do município – desta vez, na região de acesso do bairro Nossa Senhora da Conceição, próximo à BR-101, também entrada da cidade.
As Polícias Militar e Científica já estiveram no local, e constataram uma situação ainda mais chocante em relação corpo encontrado há 10 dias nas mesmas condições, mas em outro bairro da cidade – o Nossa Senhora da Paz.
No caso desta quarta, a pessoa estava totalmente sem condições de identificação – embora uma fonte do Diarinho tenha confirmado que também se trata de corpo de mulher. O cadáver estava sob uma lona, próximo a peças de concreto depositadas na região de acesso do bairro.
Ainda não há pistas sobre horário e suspeito do crime, mas a lona foi avistada por um pedestre, que chamou a polícia e os bombeiros. A hipótese de homicídio ganha força pelas características do crime, sem sinal de morte por causas naturais.
Este é o segundo caso de mulher carbonizada encontrada em Balneário Piçarras em menos 10 dias. No dia 31 de março, a vítima fatal foi encontrada na rua das Azaleias, também identificada por populares, mas com menor volume de queimaduras pelo corpo em relação à vítima desta quarta.
Na ocasião, a polícia Civil reforçou que a mulher teria 38 anos, e seria natural do Paraná; o principal suspeito do crime é seu ex-companheiro, que teria agido por ciúmes. Foi encaminhada solicitação de resultado do exame de DNA para confirmar a identidade dessa vítima.
Os dois casos reforçam os alertas da coordenadora do Coletivo Mulheres do Brasil em Ação (CMBA), Regina dos Santos, que apura junto às autoridades para ver se de fato há tipificação como feminicídio ou não nestes dois casos. Segundo Regina, ativista com vasta experiência no combate à violência doméstica, os dois casos demonstram a escalada dos crimes contra mulheres na região.
Regina orienta que casos de violência ou opressão sejam denunciados. As ferramentas para isso podem ser os fones 190, 180 ou ainda o aplicativo PMSC Cidaão, nos celulares, vinculados à Rede Catarina. Em Penha, o CMBA mantém a Casa de Referência da Mulher, destinada ao trabalho de orientação e proteção das vítimas. O fone é o (47) 3224-4681.
