O cantor Agnaldo Rayol, de 86 anos, faleceu nesta segunda-feira (4) em São Paulo. O artista teve uma queda no banheiro durante a madrugada e bateu a cabeça, fazendo um corte grande na cabeça. Ele chegou a ser resgatado pelo SAMU, foi encaminhado a um Pronto Socorro mais próxima de sua casa, mas teve uma parada cardiorespiratória.
Nascido em 1938 no Rio de Janeiro, Agnaldo Rayol iniciou sua trajetória musical ainda criança e se consolidou como uma das principais vozes da música romântica e lírica do Brasil.
Com uma carreira que ultrapassou sete décadas, Rayol conquistou fãs de diferentes gerações e marcou a música nacional com sucessos emblemáticos.
Em setembro de 2023, o cantor precisou ser internado no Hospital Sírio-Libanês, também em São Paulo, devido a uma pneumonia. Após 11 dias hospitalizado, recebeu alta e agradeceu o apoio de fãs e da equipe médica em um vídeo divulgado nas redes sociais.
A família de Agnaldo Rayol emitiu uma nota oficial lamentando sua morte e expressando gratidão pelas manifestações de carinho. Detalhes sobre o velório e a cerimônia de despedida serão informados em breve.
Mais de 70 anos de carreira
Nascido no Rio de Janeiro em maio de 1938, Agnaldo Coniglio Rayol tinha mais de 70 anos de carreira e construiu a vida artística como cantor lírico de repertório romântico e popular.
Neto de italianos da região da Calábria, Rayol tinha uma voz de barítono inesquecível. O auge da carreira dele foi na década de 1960. Naquela época, ele apresentou programas de televisão próprios, como Agnaldo RayoI Show e Corte RayoI Show, ao lado do lendário Renato Corte Real, na TV Record.
Rayol começou a vida artística no rádio, mas, além dos trabalhos como apresentador de TV, trabalhou como ator em novelas e no cinema. Ele chegou a protagonizar um filme com seu nome: ‘Agnaldo, Perigo à Vista’, em 1969.
Carreira como ator
Nas telenovelas, Rayol participou de produções como Mãe (1964), O Caminho das Estrelas (1965) e A Última Testemunha (1968), na TV Excelsior, além de As Pupilas do Senhor Reitor (1970), na TV Record. Nos anos 1980, atuou na novela ‘Os Imigrantes (1981)’, na TV Bandeirantes.
Acesse para receber notícias pelo Whatsapp
Na TV Globo, Rayol brilhou ao cantar canções italianas temas de novelas, como Mia Gioconda, de O Rei do Gado (1996), e Tormento d’Amore, abertura da novela Terra Nostra (1999), gravada em Londres (Inglaterra, em dueto com a soprano Charlotte Church).
Em 1999, venceu o prêmio “Melhores do Ano”, da TV Globo, na categoria “melhor cantor”.
Início da vida artística
Carioca de Bonsucesso, bairro da Zona Norte do Rio, Agnaldo Rayol se mudou ainda na infância para o Rio Grande do Norte. Aos 8 anos de idade, já cantava em rádios locais. Aos 10, gravou seu primeiro filme.
Em 1956, aos dezoito anos, Rayol voltou para o Rio para tentar carreira como cantor. No ano seguinte, foi contratado pela TV Tupi, de São Paulo.
Primeiro disco gravado em 1958
O primeiro disco veio em seguida, em 1958. E o primeiro sucesso, em 1963, com a música Acorrentados.
Nos anos 1980, outro sucesso na televisão, desta vez na TV Cultura, com o programa Festa Baile. Além das canções em italiano, o cantor ficou muito conhecido pelas interpretações de músicas religiosas.
Elas já faziam parte do repertório do cantor, mas ganharam mais espaço depois que ele apareceu cantando Ave Maria, na novela Rainha Sucata (1990).
Depois disso, o barítono passou a ser chamado para cantar em casamentos de ricos e famosos, e caiu na graça do grande público, cantando canções inesquecíveis como Pai Nosso, Creio em Ti e Panis Angelicus.
Casamento e filho
Há mais de 50 anos Agnaldo Rayol era casado com Maria Gomes. O cantor era discreto em relação ao matrimônio e não tinha o hábito de comentar o assunto em entrevistas.
Segundo a assessoria do artista, Maria sofre de Alzheimer e está bastante debilitada. O casal vivia em uma casa na Zona Norte da capital com uma cuidadora.
Em entrevista ao João Doria, no programa Face a Face, em 2015, Rayol revelou que teve um filho aos 18 anos quando vivia no Rio Grande do Norte.
“Era um namorico de rapaz e mocinha. Ela era menor de idade. Ela era um ano mais nova do que eu, e nós tivemos um filho. Só que era tudo escondido, porque ela não queria que a família soubesse. Eu não queria falar para a minha família. Era um garoto ainda”, contou o cantor.
O artista disse que o menino nasceu “debilitado” e “fraquinho”, por isso viveu apenas três meses.
Acesse para receber notícias pelo Whatsapp
Siga o Jornal Folha Parati no Instagram Clique Aqui