Cristiano Zonta
Documento unificado com CPF visa reduzir fraudes e modernizar acesso a serviços públicos
Mais de 30 milhões de brasileiros já emitiram a nova Carteira de Identidade Nacional (CIN), segundo dados divulgados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. A informação leva em conta os registros contabilizados até 23 de julho de 2025 e representa um avanço significativo na modernização do sistema de identificação civil do país.
A CIN chega com o objetivo de unificar o registro de identidade em torno do CPF, criando um padrão nacional e combatendo fraudes. Além disso, o documento fortalece a segurança digital e facilita o acesso a benefícios sociais e a serviços públicos, tanto presenciais quanto online.
Emissão gratuita e acessível
A primeira via da nova carteira é gratuita e pode ser solicitada em todos os estados brasileiros. Para emissão, é necessário apresentar certidão de nascimento ou de casamento. O novo documento está disponível nas versões física e digital, ambas com QR Code que permite verificação de autenticidade. Esse recurso contém uma assinatura digital que dificulta falsificações.
Segurança, biometria e transformação digital
A nova CIN está alinhada com os esforços do Governo Federal em digitalizar serviços públicos e oferecer mais segurança aos cidadãos. Ela permite acesso à conta GOV.BR em nível ouro — o mais alto grau de segurança digital — e será, progressivamente, usada como base para a concessão, renovação e manutenção de benefícios da seguridade social.
Na última quarta-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto regulamentando o uso da biometria nesse processo. “Queremos um Estado mais moderno, eficiente e próximo de cada cidadão. Um governo para cada pessoa”, afirmou Lula em publicação na rede social X (antigo Twitter).
Aplicativo gratuito e validação rápida
Durante o mesmo evento, também foi lançado o aplicativo oficial da CIN, que permite validar os dados do documento de forma rápida e gratuita. A ferramenta funciona mesmo sem conexão à internet, garantindo verificação básica como CPF e data de nascimento. Com internet, é possível acessar todos os dados da base nacional.
Avanço por estados e regiões
O estado do Piauí lidera proporcionalmente, com 37% da população já portando o novo documento — um total de 1,25 milhão de emissões. Em números absolutos, São Paulo aparece na frente, com 4 milhões de carteiras emitidas, seguido por Minas Gerais (3,7 milhões) e Rio de Janeiro (2,48 milhões).
Por regiões, o Sudeste lidera com 10,7 milhões de emissões, seguido pelo Nordeste (8,4 milhões), Sul (6,1 milhões), Centro-Oeste (3,2 milhões) e Norte (1,5 milhão).
Jovens são maioria entre os que já têm o novo documento
A maior parte das emissões foi feita por jovens. A faixa etária entre 15 e 19 anos representa 11% do total de documentos emitidos. Já o grupo de 10 a 14 anos responde por 8,64% e a faixa de 25 a 29 anos, por 7,17%.
Inclusão para pessoas com deficiência
Outro destaque da nova carteira é a possibilidade de inclusão de símbolos internacionais que identificam pessoas com deficiência, como visual, auditiva, intelectual ou Transtorno do Espectro Autista (TEA). Até o momento, 493 mil CINs foram emitidas com algum tipo de indicação de deficiência. Destas, mais da metade (53%) são para pessoas com TEA.
Prioridade do governo
Para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, a implementação da nova carteira é uma prioridade nacional. “Sabemos que é preciso avançar para que os mais de 210 milhões de brasileiros tenham o novo documento. Essa é a prioridade do governo Lula”, afirmou.
A CIN promete ser um divisor de águas na identificação civil no Brasil, ao promover segurança, inclusão e cidadania de forma mais moderna e eficiente.
