Cristiano Zonta
Um esquema de corrupção envolvendo cooperativa de comercialização de alimentos da agricultura familiar foi desbaratado nesta terça-feira (10), a partir de Barra Velha. A informação é da Polícia Civil de Santa Catarina, que por meio da 3ª Delegacia de Combate à Corrupção (3ª DECOR), deflagrou a “Operação Pertinácia”.
O objetivo, segundo as forças de segurança, foi combater e desarticular o esquema criminoso, que se baseia em fraudes em licitações voltadas à compra de gêneros alimentícios dos agricultores familiares.
De acordo com as investigações, um grupo estruturou ilegalmente a cooperativa, com a finalidade de obter vantagens indevidas em processos licitatórios, principalmente no município de Barra Velha. A cooperativa tornou-se a principal contratada por municípios catarinenses no setor, gerando lucros milionários para seus representantes e comprometendo a competitividade nas licitações públicas.
Com base na apuração conduzida pela 3ª DECOR, a Justiça determinou o bloqueio de aproximadamente R$ 12 milhões dos investigados, além de aplicar medidas cautelares, como a suspensão de atividades econômicas. Durante o cumprimento das ordens judiciais, três veículos foram apreendidos em Barra Velha. A ação contou com o apoio do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC) e do Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil.
Esquema desde 2022
Os investigados já haviam sido alvos da “Operação Triangular”, deflagrada pela mesma delegacia em agosto de 2022, com foco no mesmo esquema. Na ocasião, o delegado Rodrigo Dantas participou da operação com 17 mandados de busca e apreensão em cinco cidades, incluindo Barra Velha e São João do Itaperiú, e envolvendo a mesma cooperativa acusada.
A investigação, em 2022, mirou a fraude em kits de alimentação para crianças em idade escolar, e resultou também na prisão de um envolvido com tráfico de drogas. Como havia, na ocasião, havia núcleos investigados, o da cooperativa, de empresas e agentes nas prefeituras. A operação foi chamada de Triangular por conta disso. O grupo investigado, além da cooperativa, atuava no ramo de supermercados no litoral catarinense e foi investigado por suspeita de superfaturamento em parte dos itens fornecidos.
