
“Minha família foi dizimada em dois dias”, desabafa mãe
Uma tragédia familiar atingiu Angélica da Silva, moradora de Santo Antônio da Platina, no Norte do Paraná. Em apenas 48 horas, ela perdeu o marido, João Gonçalves, de 55 anos, e o filho, Vitor da Silva, de 16. Os dois morreram com um dia de diferença, após o adolescente ser internado com complicações graves atribuídas ao uso de cigarro eletrônico.
Vitor foi levado ao Hospital Nossa Senhora da Saúde no sábado (22), após apresentar vômitos e forte dor de garganta. Segundo Angélica, os médicos identificaram falência renal, infecção pulmonar e lesões na garganta compatíveis com o uso de cigarro eletrônico, hábito que o jovem mantinha havia dois meses, mas que a família desconhecia.
“O médico falou que o machucado na garganta foi causado pelo cigarro eletrônico, que vai ferindo a região conforme a pessoa fuma”, contou a mãe.
Diante da gravidade do caso, o adolescente foi transferido para a UTI do Hospital Norte Pioneiro, onde precisou ser entubado. Em desespero, Angélica ligou para o companheiro, com quem vivia há oito anos. Pastor e figura presente na criação do enteado, João correu ao hospital na manhã de domingo (23).
Infarto fulminante na recepção da UTI
Segundo Angélica, o padrasto não conseguiu nem ver o menino. Assim que chegou à recepção da unidade intensiva, apresentou sinais de infarto. Médicos correram para socorrê-lo, mas João não resistiu.
“Ele nem chegou a ver o Vitor. Teve um infarto fulminante ali mesmo”, relatou a viúva.
O sepultamento de João foi realizado na segunda-feira (24). No retorno ao hospital, após o enterro do marido, Angélica recebeu nova notícia devastadora: o filho estava em parada cardiorrespiratória.
Morte de Vitor e atestado de óbito
Após tentativas da equipe médica, o adolescente morreu minutos depois. O atestado de óbito, liberado na quinta-feira (27), apontou como causas sepse de foco pulmonar e insuficiência respiratória aguda por tabagismo associado ao uso de cigarro eletrônico.
“A maior dor do mundo é enterrar um filho. Minha família foi dizimada em dois dias”, disse a mãe, emocionada.
Uma relação marcada por afeto
Angélica e João estavam juntos há oito anos. O pastor mantinha com Vitor uma relação de amizade e cuidado. Além de batizar o adolescente, ajudou-o a conseguir o primeiro emprego.
“Ele amava demais o meu filho. Nem eu sabia o quanto. Não suportou a notícia de que ele seria entubado”, lamenta Angélica.
O caso reacende o alerta sobre os riscos do cigarro eletrônico, especialmente entre adolescentes, e deixa uma família inteira em luto diante da sucessão de perdas irreparáveis.




















