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Prefeito de Barra Velha Douglas Elias da Costa avalia seu primeiro ano como gestor

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Seguindo a pauta de entrevistas da redação do FP, hoje quem nos concede um bate papo é o prefeito de Barra Velha Douglas Elias da Costa (PL). Na entrevista o gestor pontua especificamente o primeiro ano difícil e cheio de desafios que encontrou ao assumir a cadeira em plena pandemia, assim como elenca mais de cem obras que pretende executar no município. O prefeito fala da interdição realizada na RECICLE, como também justifica a permanência da CASAN no município pautado em valores significativos que serão investidos na área de saneamento básico e da coleta da água vinda do Rio Itapocu. Ele também pontua o setor administrativo, classificando-o como diferencial dentro da sua gestão por se tratar de um profissional técnico cuidando do dinheiro público.  A relação positiva entre os Poderes Legislativo e Executivo também foram defendidos pelo prefeito que diz gostar de ser cobrado, mas, permite total autonomia aos secretários para atender os pedidos dos vereadores.  O chefe do Poder Executivo falou sobre os cortes de gastos com gratificações, pagamentos de dívidas deixadas pelo ex-prefeito e da falta de tempo que o impede de atender muitas pessoas por conta dos compromissos previamente agendados pela equipe de trabalho, confira:

 

Folha Parati: Prefeito, como o senhor avalia seu primeiro ano de mandato?

Prefeito Douglas – O primeiro ano foi bastante difícil, todos sabem o quanto lutei para chegar até aqui, pois foram duas campanhas e somente na terceira consegui entrar. Nesta terceira tentativa foi para o “tudo ou nada” e tinha ganhar já que envolvia o amor pela cidade e pela família, por exemplo, meu pai e minha mãe que conseguiam presenciar em vida a minha vitória e este contexto é extremamente importante, pois envolve muito amor por nossa cidade e pela nossa família. Quando assumimos tudo foi diferente, inclusive a posse que sempre acontecia no dia primeiro pela manhã, o que não aconteceu, pois assumimos de fato às 17h o município. O ex-prefeito Valter entregou o município no dia 31 de dezembro e eu assumi apenas no próximo dia ás 17h, mas pensando na responsabilidade, montamos uma equipe para assumir a virada do ano, especialmente para a limpeza das praias, mesmo em pandemia, pois a população não deixou de vir e Barra Velha amanheceu com todas as praias limpas. Tudo isso foi pensado antecipadamente para não negativar a nossa imagem. Tivemos amigos e parceiros com maquinários emprestados e a cidade amanheceu limpa no primeiro dia de trabalho. Quando assumimos a prefeitura existiam sete mil processos e atualmente estamos com apenas três mil processos.  Outro problema bastante recorrente em nossa gestão são as pessoas que hoje procuram o prefeito Douglas para compartilharem problemas adquiridos há mais de anos e que pela amizade de fora, acabam misturando as situações e esquecendo que os problemas na prefeitura não são fáceis de serem solucionados, há uma legalidade sobre as coisas que devem ser conduzidas e as pessoas acabam confundido as coisas por falta de conhecimento e entendimento. Nós precisamos observar isso. Um bom exemplo foi o que aconteceu no final do mandato do ex-prefeito Valter, o que não é culpa dele, pois como gestor ele teve que notificar quase dois mil contribuintes por falta de pagamentos para não onerá-lo com a responsabilidade de renúncia de receita e ele teria eu findar seu mandato ao menos notificando o contribuinte, o que gerou muita demanda para todos nós. Foram tantos os atendimentos onde acabei criando outro problema com minha saúde.  A vontade de atender a todos desencadeou outros problemas bem mais significativos, mas na medida do possível, tenho atendido o maior número possível de pessoas, mas nunca esquecendo que precisamos governar uma cidade. Se todos os prefeitos levassem a sério a prefeitura como eu levo, teríamos um Brasil diferente.

 

Folha Parati – Como estavam os cofres quando o senhor assumiu a gestão?

Prefeito Douglas – Tínhamos duzentos mil reais no caixa e uma série de contas a pagar, mas isso acontece em qualquer troca de mandato e pensando nisso eu trouxe para assumir a pasta da administração, um profissional ligado a empresa privada, cuja função nunca foi política e sim administrativa, ajustando finanças e administração com o mesmo profissional, pois eram duas secretarias distintas na outra gestão.  Antes mesmo de assumir, convocamos alguns efetivos para nos auxiliar como controladoria, contabilidade e compras no início do processo com o compromisso de governar a cidade. Eu optei sim por colocar um profissional administrativo e não político para não correr riscos, até porque eu tenho deficiência na parte de administração e o prefeito tem que ter alguém de confiança. Cortamos muitas despesas e algumas gratificações e pagamos algumas rescisões que o ex-prefeito não havia paga para todos que trabalharam com ele e iniciamos o fechamento das torneiras já que tínhamos um déficit nas contas a pagar que chegavam na casa dos R$ 10 milhões e diante do contexto político é normal, pois na transição de governo sempre acontece isso. Na minha gestão isso jamais vai acontecer, pois quero entregar o governo com todas as contas em dia, pois nós trabalhamos com planejamento. Prova disso que dentro dessa expectativa desenvolvemos um plano de ação para três anos quitarmos tudo, mas a parte administrativa foi tão enxuta que no mês de outubro do primeiro ano de gestão, já sanamos parte dessas dívidas, pois a nossa preocupação era findar o primeiro ano com tudo pago. Tudo isso só foi possível por conta das inúmeras reuniões técnicas que realizamos com consulta da contabilidade, jurídico, etc.

 

 Folha Parati –  Vocês não coligaram na campanha. Apenas o PL e PR se ajustaram e concorreram as eleições, isso foi muito bem pensado?

Prefeito Douglas – Tive a oportunidade de coligar com diversos partidos, mas as pesquisas na época já nos davam algumas respostas e nós queríamos ganhar a eleição e ter essa liberdade para contratarmos as pessoas com liberdade criando uma expectativa de entendimento entre todos.  Essa escolha nos deu uma abertura para criar este diálogo já que a nossa coligação também elegeu o vereador mais votado que assumiu o primeiro lugar que foi o vereador Caio Pinheiro e ocupando a nona e última cadeira do legislativo, o nosso vereador Levi Freitas também se elegeu, fazendo com que a gestão do prefeito pudesse ter dois grandes nomes representando a administração na Casa de Leis.

Folha Parati – Falando em vereadores, como é a relação entre os Poderes Legislativo e Executivo?

Prefeito Douglas – Ambos optaram pela melhor escolha, ou seja, a escolha inteligente, já que precisamos trabalhar no conjunto da obra sem prejudicar a cidade. Por isso tanto o Poder Executivo quanto o Poder Legislativo sabem da importância disso. A Câmara é o elo necessário para se comunicar com o povo e a prefeitura é quem executa todos os pedidos possíveis, por isso a necessidade em alinhar um dialogo a fim de sanar os problemas e afastar os egos políticos por experiências já vividas em outras gestões. O Presidente da Câmara Arbigaus tem essa experiência e maturidade para administrar a cidade conosco. A cobrança dos vereadores é legítima e eu atendo sim, pois a função dos vereadores é de fiscalizar também e da equipe do meu secretariado é de atender bem todas as solicitações deles, independente do partido que seja. Essa parceria continuará sim, até porque todos os vereadores se empenham diariamente em busca de recursos para o bem comum da nossa população. No início do mandato reunimos todos os vereadores com todos os secretários nomeados nas pastas a fim de resguardar as bandeiras políticas e trabalharmos em prol do município com harmonia em especial os primeiros anos. Quatro dos nove vereadores que hoje estão ocupando novamente as cadeiras já trabalharam comigo quando fui vereador, ou seja, Vereadores Marciel Berlim, Daniel Pontes da Cunha, Nivaldo Ramos e Claudionir Arbigaus.

Folha Parati – A eleição da presidência da Câmara sofreu alguma indicação sua? É sabido que sempre há uma interferência para o bom andamento da gestão.

Prefeito Douglas – Procurei não me envolver na eleição da presidência da câmara de Vereadores, dando total liberdade aos nobres edis, dos quais escolheram o vereador Claudionir Arbigaus, o Pulga como presidente nos dois primeiros anos e que, em nome do presidente Arbigaus, agradeço aos demais vereadores por trabalharmos em harmonia, mesmo com todas as cobranças que recebo, tentamos sempre resolver todas as soluções em perfeita harmonia.  Por isso que lá no início eu afirmei que foi um ano difícil, pois alinhar tudo isso não foi fácil, até porque as pessoas nos cobram bastante todos os dias.

 

Folha Parati –  Das mais de 100 obras que o senhor elenca nos discursos, quais são as mais importantes que o senhor gostaria de destacar?

Prefeito Douglas – Vai passar de cem obras, pois só de pavimentação comunitária são mais de trinta ruas desde o início da gestão. É preciso pontuar a despesa que o município tem também, até porque 30% quem paga é a prefeitura, pois toda a estrutura quem banca é o município. As obras de suma importância é a construção do PA 24h é a nossa obra chave  com projeto pronto ser executado que será construído onde hoje se encontra a garagem da prefeitura, equipamentos de maquinários, a reconstrução da Escola David Pedro Espíndola, cujo projeto também  está pronto, o término da  fixação da boca da barra, obras de tubulações no bairro São Cristóvão para o escoamento das águas, Revitalização da Rua Ambrósio Melchioretto, retirando o calçamento para utilizar em outra rua, valorizando a região, assim como a Rua Nelson Cunha,  além da Rua Rita de Cássia com projeto pronto com custo de R$ 5 milhões levando a pavimentação até a BR 101 e a Cirino Cabral, a construção de um CEI no bairro Itajuba e Nova Barra Velha, o desassoreamento da lagoa  que neste momento estamos na busca das licenças e depois um chamamento público para exploração  com a devida fiscalização e mapeamento dos serviços, pois não podemos deixar a lagoa morrer. A reforma do rancho e da filetagem dos pescadores, uma casa do pescador na ponte do Rio Itajuba onde indenizamos uma residência para a construção, assim como em conversa com o prefeito de Balneário Piçarras para a construção de um portal na divisa dos municípios. A reforma do cemitério central, a construção do centro de zoonose, nova casa de abrigo para as crianças, calçadão da praia do Grant, posto de saúde na Rua Areia Branca no bairro Itajuba, a continuação da avenida da praia do Tabuleiro ainda em estudo, um deck suspenso no Costão da Praia do Sol, uma nova Praça no bairro da Quinta dos Açorianos, a revitalização da Ponte Pênsil, complexo esportivo de lazer ao lado da APAE e a ponte do Rio Itajuba.

Folha Parati – Barra Velha tem se destacado no crescimento imobiliário certo?

Prefeito Douglas – Hoje Barra Velha arrecada em média 35 ITBI- Imposto de Transmissão de Bens Imóveis diariamente, ou seja, 2% do valor desses imóveis acabam entrando para os cofres públicos. As construtoras estão chegando todos os dias por aqui e agrego isso as notificações que realizamos nos terrenos baldios em que os olhares acabaram mudando o comportamento de quem procurava algum local para construir em Barra Velha. Isso começou a dar celeridade nos negócios imobiliários que já estavam aquecidos. Eu não vou trancar negócio algum, independente da bandeira política, pois se for bom para nossa cidade é o mais importante, prova disso foi a dinâmica que realizamos em todos os municípios através das rádios e meios de comunicações convidando os empresários para investirem em Barra Velha.

 

Folha Parati – Com a retomada do calendário de eventos, onde será realizada a Festa Nacional do Pirão, já que o terreno designado para a construção agora terá outra finalidade?

Prefeito Douglas – Iremos realizar a edição da festa no mesmo local este ano com a proposta de anunciar o novo espaço que receberá a festa nos próximos anos.  Onde acontece a festa hoje pretendemos construir um espaço designado a cultura, um novo CEI, pois se trata de um local muito privilegiado.  O novo terreno para a festa será na Quinta dos Açorianos, um área de aproximadamente 20 mil metros quadrados, criando uma estrutura de pavimentação, banheiros, cozinha, montando apenas as tendas necessárias para a realização dos eventos.

Quanto à antiga área adquirida na antiga administração, com tantos problemas crônicos que temos tais como saúde, educação, etc. Não podemos pensar em criar neste momento mais uma despesa como o Centro de Eventos, pois me apego nas dificuldades que Balneário Camboriú passa com o centro de eventos, na cidade de Joinville também não é diferente com a Expoville e até a nossa Sociedade Recreativa atravessa grande crise, não há como criar neste momento. Há sim o interesse de construirmos futuramente com a parceria no formato público privado, mas não podemos deixar de pensar nas prioridades imediatas. Hoje um PA construído custa R$ 7 milhões e a construção de um centro de eventos aproximadamente R$ 20 milhões.  Depois que a gente senta nesta cadeira é que percebemos as responsabilidades e prioridades para o município.

Folha Parati – E o contrato da CASAN como andam as fiscalizações e os prazos para a execução do tão discutido saneamento básico? Há novidades? O senhor é a favor da CASAN em Barra Velha?

Prefeito Douglas – Quando eu estava vereador eu também assinei para a renovação do contrato, cuja dívida que o município tinha na época era de R$ 13 milhões de reais e nós não tínhamos condições, pois estávamos correndo sérios riscos de bloquearem os recursos via justiça. Hoje eu preciso ouvir os dois lados da moeda e se observarmos os vintes anos que já passaram cujo 12 anos foram administrados pelo ex-prefeito Valter brigando com a CASAN, assim como o ex-prefeito Samir que somente aí já somam 16 anos de briga, ou seja, não vou tomar lado, mas se os gestores não colaboram comigo, eu como CASAN também não investiria certo? Então o que eu como gestor preciso fazer? Fui até Florianópolis antes mesmo de assumir, apresentando essa cena dos quase vinte anos que eu apresentei e propus um trabalho em unidade. Hoje nós temos um plano de saneamento básico, somos a primeira cidade, pois para executar o saneamento o plano deve estar pronto.  Hoje o município já tem decretado como área de utilidade pública uma área no bairro Sertãozinho para tratamento da água através do bombeamento do Rio Itapocú, cuja verba de R$ 58 milhões já se encontra depositada. Nas margens da BR 101 nós também já decretamos uma área de utilidade pública para o tratamento de esgoto, assim como a CASAN já solicitou decreto de utilidade pública de uma área para armazenamento de água para o bairro Itajuba próximo da Cirino Cabral. Futuramente a CASAN deve divulgar os valores expressivos em que a Companhia das Águas está investindo no município. Até o mês de agosto, muita coisa deve aparecer agora com a CASAN.

Folha Parati – Algum ponto negativo para indicar.

Prefeito Douglas – As pessoas que foram notificadas nestes dois mil processos que acabaram achando que fui eu o autor da notificação, que, aliás, até mesmo eu recebi notificação de cobrança, só pra ter uma ideia. A mais importante foi a falta de tempo para atender todas as pessoas que me procuraram, pois é humanamente impossível e, desde já peço desculpas por isso. É importante destacar que hoje eu saio de cena como cidadão para administrar toda uma cidade com a função de gestor e isso acaba ocupando muitos espaços durante todo o dia, ocasionando muitas vezes essa falta que tanto sou cobrado. Sofro muito com isso, mas não posso esquecer que tenho a responsabilidade de administrar uma cidade.

 

Folha Parati – Como o senhor se define?

Prefeito Douglas – Muitas pessoas não acreditavam no meu trabalho eu sei disso, pois elas me julgavam pelo meu passado, mas a gente viveu, amadureceu e aprendeu. Na época em que e eu era vereador, eu já enxergava algumas coisas que eu já queria mudar se um dia me tornasse prefeito da cidade, considerando os acertos e erros dos ex-prefeitos, cabendo a mim, fazer algo diferente.

 

Folha Parati – Suas considerações finais.

Prefeito Douglas – Sinto-me agradecido por ocupar esta cadeira tão importante, sobretudo de muito compromisso e responsabilidade. Peço desculpas a todas as pessoas que ainda pensam no Douglas jovem, mas que não se adaptaram ao cargo que hoje o prefeito Douglas assumiu. Nossa cidade vem de encontro ao crescimento econômico onde várias empresas tem procurado o município acenando interesse nos investimentos. Lembrar que com o senso do IBGE que inicia no segundo semestre fará com que os repasses do Governo Federal sejam compatíveis ao número de habitantes que temos no município, pois há uma grande diferente nestes números atualmente. Estamos vivendo um bom momento. Peço compreensão de todos e tento cumprir uma agenda de compromissos. Queremos atingir uma arrecadação expressiva na casa dos R$ 200 milhões, mas precisamos observar que quanto maior a arrecadação, maiores serão os serviços públicos prestados como postos de saúde, CEIs, escolas, etc… Hoje temos uma administração diferenciada em Barra Velha, pagando seus fornecedores em dia e dentro da legalidade. Muito obrigado e que Deus continue nos abençoando.

Cristiano Zonta

Jornalista, Mestre de Cerimônias e Celebrante Social de Casamentos.



Folha Parati

O Jornal Folha Parati, a “voz metropolitana da região”. Foi com esse intuito que nasceu a proposta do jornal que teve sua primeira edição impressa circulando em Barra Velha, São João do Itaperiú e Araquari, gratuitamente, no dia 07 de dezembro de 2009, dia comemorativo ao aniversário de Barra Velha.


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