Cristiano Zonta
A Polícia Civil de Balneário Piçarras prendeu, na tarde desta segunda-feira (3), um capoeirista e ex-servidor da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (Semel) acusado de abusar sexualmente de duas adolescentes, de 13 e 15 anos. A prisão ocorreu no bairro Nossa Senhora da Paz e é resultado de uma investigação iniciada há cerca de um mês, após denúncias feitas por familiares das vítimas.
De acordo com as apurações, o homem — que atuava como professor de capoeira em escolinhas municipais — teria levado as meninas a motéis em troca de dinheiro e presentes. As famílias relataram ainda que ele gravava os encontros e mantinha comportamento suspeito com outras alunas. Vídeos e demais provas foram encaminhados ao Ministério Público, que acompanha o caso e deve oferecer denúncia formal nos próximos dias.
Entre setembro e outubro deste ano, quando surgiram as primeiras suspeitas, circulou nos bastidores a informação de que o servidor teria sido “protegido” por grupos políticos locais, que tentaram mantê-lo no cargo — fato que não foi comprovado, segundo o jornal Diarinho. Na ocasião, entidades ligadas à capoeira na região e no estado emitiram nota de repúdio à conduta do acusado e destacaram que ele não possuía mais representatividade junto às federações da modalidade.
Em outubro, a Prefeitura de Balneário Piçarras determinou a exoneração do servidor, classificando a conduta como “supostamente inadequada”. Em nota, o município afirmou repudiar qualquer forma de violência e reforçou o “compromisso com a Justiça, a transparência e a proteção das vítimas”, além de informar que vem colaborando com as autoridades policiais e judiciais.
O suspeito, que já teria passagens anteriores pela polícia, está agora à disposição da Justiça no Presídio da Canhanduba, em Itajaí. A Delegacia de Balneário Piçarras segue investigando o caso e apura se há outras possíveis vítimas. A Polícia Civil pede que qualquer pessoa com informações ou relatos semelhantes procure a delegacia ou utilize os canais de denúncia, garantindo o sigilo da identidade dos denunciantes.
