
Domingo, 5 de outubro. O sol forte, o cheiro de comida alemã no ar e o salão do restaurante de Silvestre Utzig, em Morro Reuter (RS), cheio de famílias e amigos. Era para ser mais um almoço tranquilo — até a energia acabar.
De repente, tudo parou: cozinha, caixa, ventiladores. Mais de cem pessoas à mesa e nenhuma forma de pagamento funcionando. O prejuízo poderia ultrapassar R$ 12 mil.
Mas Silvestre não hesitou. Em vez de desconfiança, escolheu acreditar.
“Anotei os nomes, os telefones e deixei cada um ir embora. A gente acredita no ser humano”, contou.
O gesto simples virou lição. Ainda naquele dia, cerca da metade dos 104 clientes fez o pagamento por PIX. O restante foi quitando ao longo da semana. Nenhum deixou de pagar. Nenhum.
A filha do dono, Ana Júlia, lembra que o calor era intenso, e o ambiente sem ventilação poderia gerar impaciência — mas foi o contrário que aconteceu. “As pessoas se mostraram compreensivas, solidárias. Confiar nelas foi o certo.”
Num tempo em que a pressa e a desconfiança parecem dominar, um restaurante no interior do Rio Grande do Sul mostrou que a honestidade ainda tem endereço.
Mais de cem pessoas provaram que a palavra, quando dada, ainda vale mais do que qualquer recibo.
💛 Uma história de fé, confiança e humanidade — ingredientes que, definitivamente, não faltam na cozinha de Silvestre.
