
Investigação indica que fornecimento de combustível foi desligado manualmente segundos antes do impacto; hipótese principal é falha humana proposital.
Um relatório preliminar sobre a queda de um avião da companhia Air India, que deixou 260 mortos no mês passado, levanta a possibilidade de que o desastre tenha sido causado intencionalmente. O documento divulgado nesta sexta-feira (11) aponta que os dois botões de fornecimento de combustível para os motores foram desligados 29 segundos antes do impacto, indicando possível ação proposital por parte de um dos pilotos.
Segundo o relatório, os botões que controlam o fornecimento de combustível são protegidos por uma trava mecânica, justamente para evitar acionamentos acidentais. Para desligá-los, é necessário puxar e levantar o botão, um processo que não pode ocorrer por engano, conforme explicou um especialista ouvido pelo portal g1.
A análise da caixa preta revelou ainda um diálogo tenso entre os pilotos segundos antes da queda. Um deles questiona o outro sobre o corte no combustível, recebendo como resposta uma negativa: “Não fui eu quem desligou”. A gravação, no entanto, não deixa claro quem fez a pergunta e quem respondeu — se o comandante ou o copiloto.
A hipótese inicial de falha técnica, envolvendo os flaps da aeronave, foi descartada. A posição dos flaps nos destroços era compatível com a fase de decolagem. Não foram encontradas falhas nos sistemas da Boeing nem no motor, o que reforça o foco da investigação em falha humana como causa do acidente.
O combustível da aeronave também foi submetido a testes e estava dentro dos padrões aceitáveis.
O Boeing 787-8, que transportava 242 passageiros e 18 tripulantes, caiu logo após decolar do aeroporto de Ahmedabad, na Índia, em 12 de junho, com destino ao aeroporto de Gatwick, em Londres. A queda ocorreu em uma área residencial, atingindo o alojamento de uma faculdade de medicina, no horário de almoço. Das vítimas, 29 estavam no prédio atingido.
Apenas uma pessoa sobreviveu ao acidente — um passageiro com dupla nacionalidade indiana e britânica. Entre os mortos, estavam 169 indianos, 53 britânicos, sete portugueses e um canadense.
O relatório final ainda não tem prazo para ser divulgado, mas a possibilidade de ação proposital por parte da tripulação será o foco das próximas etapas da investigação.
