Cristiano Zonta
A reunião entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, realizada nesta sexta-feira (15) no Alasca, terminou sem um acordo para cessar-fogo na guerra da Ucrânia. O encontro durou três horas e marcou o primeiro contato direto entre os dois líderes desde 2018 e o primeiro desde o início do conflito, em fevereiro de 2022.
Trump afirmou que, embora não haja um acordo, a reunião foi “muito produtiva” e que houve progresso em diversos pontos. “Restam apenas alguns poucos pontos – alguns não são tão significativos. Um é provavelmente o mais significativo. Ainda não chegamos lá, mas fizemos algum progresso”, disse o presidente americano, sem entrar em detalhes. Ele anunciou que ligará para o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e membros da Otan, além de prever um novo encontro com Putin em breve.
Putin classificou a conversa como “construtiva”, destacando a importância de levar em conta as preocupações da Rússia. O presidente russo também comentou sobre possíveis parcerias comerciais e investimento entre os dois países, sugerindo que a reunião poderia ser um ponto de partida para a restauração das relações bilaterais.
Na chegada, os dois líderes protagonizaram um encontro cordial, com sorrisos, fotos para a imprensa e gestos de cumprimentos mútuos. Momentos leves e expressões de surpresa de Putin chegaram a gerar memes.
Apesar do clima positivo, nenhum dos lados mostrou disposição para abrir mão das regiões ucranianas atualmente sob controle russo, que representam cerca de 20% do território da Ucrânia. Segundo especialistas, essas áreas seriam o ponto central das negociações.
A reunião foi acompanhada de grande expectativa internacional, com análises sobre a experiência de Trump como negociador e a longa permanência de Putin no poder. Ambos os líderes sinalizaram esperança, mas também cautela, reconhecendo que qualquer acordo dependerá de concessões difíceis entre Moscou e Kiev.
