sábado, 19 de julho de 2025 | 03:39:11 Now15°C

Rússia minimiza ultimato de Trump e diz que “não se importa” com ameaças

Captura de tela_15-7-2025_85713_g1.globo.com

Vice-presidente do Conselho de Segurança, Dmitry Medvedev, ironiza declaração do presidente dos EUA sobre tarifas severas; Kremlin, no entanto, trata o assunto como “sério”

A resposta da Rússia ao ultimato dado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi marcada por desdém e ironia. Nesta terça-feira (15), o ex-presidente e atual vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitry Medvedev, afirmou que “a Rússia não se importa” com as ameaças do líder americano, que prometeu impor tarifas de 100% contra Moscou e seus aliados econômicos caso não haja um cessar-fogo na guerra da Ucrânia dentro de 50 dias.

“Trump lançou um ultimato teatral ao Kremlin. O mundo estremeceu, esperando as consequências. A beligerante Europa ficou decepcionada. A Rússia não se importou”, escreveu Medvedev em tom de ironia na rede social X (antigo Twitter), em mensagem publicada em inglês.

Apesar do tom despreocupado de Medvedev, o Kremlin adotou uma postura mais cautelosa. O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, classificou a declaração como “séria” e afirmou que será necessário tempo para analisá-la. O vice-chanceler russo, Sergey Ryabkov, também reagiu e acusou Kiev de se recusar a negociar. “A Rússia não aceita qualquer imposição, muito menos ultimatos”, declarou.

Trump, que está em seu segundo mandato na Casa Branca desde janeiro de 2025, afirmou que os Estados Unidos aplicarão tarifas severas caso Moscou não aceite um acordo de paz nas próximas semanas. A declaração foi feita durante reunião com o novo secretário-geral da Otan, Mark Rutte, na Casa Branca, na segunda-feira (14). Na ocasião, Trump também anunciou o envio de uma nova leva de armamentos à Ucrânia, que será financiada pela aliança militar ocidental.

“Estamos muito, muito insatisfeitos com a Rússia, e vamos aplicar tarifas muito severas se não alcançarmos um acordo em 50 dias”, disse o presidente americano.

Virada na política externa

As declarações marcam uma mudança de tom na política externa americana. Desde o início de seu novo mandato, Trump vinha demonstrando aproximação com o presidente russo Vladimir Putin, inclusive propondo acordos de cessar-fogo sem a participação da Ucrânia.

Em fevereiro, o presidente americano protagonizou uma discussão acalorada com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca, acusando-o de tentar provocar uma Terceira Guerra Mundial. Após o desentendimento, Zelensky deixou a sede do governo americano antes do previsto e a reunião foi encerrada abruptamente.

Nos últimos meses, porém, Trump passou a demonstrar frustração com Putin. Após seguidas recusas russas a propostas de paz apresentadas por Washington, o presidente americano chegou a chamar o líder do Kremlin de “inútil” e passou a criticar duramente os bombardeios russos em território ucraniano.

Além das tarifas prometidas, Trump anunciou o envio de mais sistemas de defesa aérea Patriot à Ucrânia, além de baterias de lançamento, acelerando sua operacionalização pelas tropas ucranianas. Os russos consideram o uso desses equipamentos uma provocação.

Reações internacionais

A postura mais rígida de Trump foi elogiada por autoridades europeias. A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, afirmou que “é muito positivo que o presidente Trump esteja adotando uma postura firme contra a Rússia”. No entanto, ela criticou o prazo de 50 dias para uma reação mais concreta: “Cinquenta dias é um tempo muito longo se considerarmos que estão matando civis inocentes todos os dias.”

Segundo dados do Escritório do Representante Comercial dos EUA, o comércio entre os Estados Unidos e a Rússia foi drasticamente reduzido desde as sanções impostas em 2022, e em 2024, somou apenas US$ 3,5 bilhões.

Enquanto isso, o Ministério das Relações Exteriores russo condenou o que chamou de “coordenação da Otan nas entregas de armas”, afirmando que os países da aliança “não estão interessados na paz na Ucrânia”.

As tensões diplomáticas continuam em alta, enquanto o mundo observa os desdobramentos do ultimato americano e a possível retomada de negociações de paz — que seguem travadas diante das exigências territoriais russas, consideradas inaceitáveis por Kiev e seus aliados ocidentais.

Trump e Putin — Foto: Reuters Via: G1 

Cristiano Zonta

Jornalista, Mestre de Cerimônias e Celebrante Social de Casamentos.



Folha Parati

O Jornal Folha Parati, a “voz metropolitana da região”. Foi com esse intuito que nasceu a proposta do jornal que teve sua primeira edição impressa circulando em Barra Velha, São João do Itaperiú e Araquari, gratuitamente, no dia 07 de dezembro de 2009, dia comemorativo ao aniversário de Barra Velha.


Receba nossas novidades