
O inverno que começa no próximo dia 21 será de extremos em Santa Catarina, avalia o meteorologista Ronaldo Coutinho. Períodos de calor, frio acentuado, chuva irregular e períodos de seca vão tomar conta do noticiário meteorológico durantes estes três meses. “É um ano que o inverno começou cedo e deve terminar tarde”, pontua.
O início prematuro já se deu em maio, quando Santa Catarina teve o maior registro de neve para o mês em 23 anos, segundo Coutinho – a última vez tinha sido em 17 de maio de 1999. Entretanto o “forte” do inverno será entre os dia 10 de junho até o dia 15 de agosto.
De início é importante destacar a influência do La Niña, que consiste no resfriamento das águas do oceano pacífico. O fenômeno favorece períodos intensos de chuvas alternados com momentos de seca e calor fora de época. Essa influência deve permanecer até o fim do ano.
“Ela facilita a a entrada de frio”, pontua Coutinho. Entre julho e agosto estão previstos períodos de frio acentuados com um ou dois períodos de calor, que devem se estender por até sete dia. “Temos que torcer que isso não seja muito comum, para não afetar a fruticultura”, alerta.
Duas a três ondas de frio
Segundo a Epagri/Ciram, nos três meses a previsão é “de temperatura próxima a abaixo da média climatológica”. Duas a três ondas de frio devem acometer Santa Catarina, levando os termômetros marcarem temperaturas negativas e influenciando a formação de geada.
“Com o indicativo de frio frequente, aumenta a possibilidade para a ocorrência de episódios de neve, principalmente no Planalto Sul. Mesmo, assim períodos mais aquecidos devem ocorrer devido à atuação de massas de ar seco, e não se descarta a ocorrência de veranicos”, pontua o aviso.
O MetSul, ao analisar as previsões para este inverno, aponta que a PDO (Oscilação Decadal do Pacífico) também sugere frio intenso. O padrão, que tem como base temperaturas da superfície do mar no Oceano Pacífico, teve em maio o menor valor desde 1999.
“O valor de maio foi -2,30, o menor desde 1999 que registrou -2,32. Nas últimas décadas, conforme dados da NOAA, valores tão baixos em maio somente foram observados nos anos de 2022, 1999, 1975, 1972, 1965, 1952, 1950, 1910, 1894, 1893, 1892, 1880 e 1859”, pontua o site.
Segundo o MetSul, muitos destes anos estão entre aqueles que registraram os invernos mais intensos.
Chuvas
Apesar das chuvas serem mais intensas e em curto período de tempo (as chamadas chuvas mal distribuídas), a previsão aponta que os acumulados para o mês estão “bem parecidos em relação à média climatológica de chuva”, segundo a Epagri/Ciram.
Conforme a previsão, devem variar “de 70 a 140 mm do Planalto ao Litoral e, de 110 a 170 mm no Oeste e Meio Oeste, sendo o mês de junho um pouco menos chuvoso em relação a julho. Em agosto a média de chuva sobe um pouco em relação a julho, variando de 110 a 190 mm no Oeste, Meio Oeste e Planalto e de 110 a 150 mm no Vale do Itajaí e Litoral”.
Fonte: NDmais