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Seis pessoas são indiciadas por fraude em sistema de doações na fatura da Celesc em SC

hospital

Esquema desviou mais de R$ 10 milhões; cerca de 14,6 mil clientes foram afetados. Denúncia partiu do Hospital Bethesda, em Joinville.

O inquérito policial da Operação “Falso Samaritano”, que revelou um esquema de desvio de doações destinadas a hospitais de Santa Catarina, resultou no indiciamento de seis pessoas. Quando a operação foi deflagrada, três suspeitos chegaram a ser presos.

De acordo com o delegado Rafaello Ross, da Polícia Civil de Joinville, o prejuízo ultrapassou R$ 10 milhões e cerca de 14,6 mil clientes da Celesc foram afetados. Entre as instituições prejudicadas estão o Hospital Misericórdia, de Blumenau, o Hospital de Azambuja, de Brusque, e o Hospital Bethesda, de Joinville.

Em Florianópolis, a Celesc também foi identificada como vítima, já que os valores eram captados por meio das faturas de energia elétrica sem o conhecimento da empresa.

Como funcionava o esquema

Segundo a investigação, empresas intermediárias desviavam os valores destinados a hospitais ao burlar o sistema que registrava as doações feitas através das contas de luz.
As análises de dados bancários, fiscais e telemáticos apontaram que os suspeitos atuavam em diversas frentes da fraude — da captação de supostas doações até a ocultação e dissimulação dos recursos ilícitos.

Os indiciados vão responder por associação criminosa, fraude eletrônica, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e fraude processual.

Denúncia partiu do Hospital Bethesda

O diretor do Hospital Bethesda, Dr. Lúcio Slovinski, destacou que a denúncia partiu da própria instituição.

“Para nós, é realmente um marco. A denúncia partiu de nossa instituição, porque chegamos até aqui graças à ajuda da comunidade”, afirmou.

Segundo ele, antes da pandemia o hospital iniciou uma campanha de doações via conta de energia elétrica e esperava crescimento durante o período. No entanto, ao perceber que os valores não aumentavam, a equipe detectou inconsistências nas faturas.

“Identificamos que pessoas doavam em nosso nome, mas na conta de luz não constava o Hospital Bethesda”, explicou.
As investigações apontam que as empresas envolvidas desviavam os recursos e os transferiam para suas próprias contas.

Empresários investigados

Entre os investigados está Slaviero Mario Bunn, dono da Slaviero Benefits Informática Ltda., empresa que intermediava as doações, e Ronaldo Dutra, ligado ao chamado Grupo de Escoteiros Mirins Ronaldo Dutra — além de um terceiro empresário ainda não identificado.
Eles chegaram a ser presos, mas responderão ao processo em liberdade.

O portal da Slaviero Fundraising, ligado ao grupo, afirmava atender cerca de 15 hospitais beneficentes nas regiões Sul e Sudeste, incluindo o próprio Hospital Bethesda, vítima do esquema.
Conforme o cadastro na Receita Federal, a empresa tem atividades diversas, como instalação elétrica, comércio de material elétrico, serviços de engenharia, promoção de vendas, intermediação de negócios e teleatendimento.

Instituições se manifestam

Em nota, o Hospital Bethesda reforçou que também foi vítima da fraude:

“Lamentamos profundamente que recursos voltados ao cuidado da população tenham sido alvo de fraudes. Reforçamos que as doações hoje são feitas de maneira segura e fiscalizadas pela própria instituição”, declarou o diretor Dr. Lúcio Slovinski.

A Celesc, por sua vez, informou que atua apenas como meio de arrecadação, repassando integralmente às entidades os valores autorizados pelos consumidores.

“A companhia não participa da gestão nem da destinação dos recursos arrecadados. Também se considera vítima, já que seu serviço foi utilizado de forma indevida”, informou em nota, acrescentando que colabora com a Polícia Civil desde o início das investigações.

A União dos Escoteiros do Brasil (UEB) também se manifestou, esclarecendo que o Grupo de Escoteiros Mirins Ronaldo Dutra não tem qualquer vínculo com a instituição.

“Todas as unidades escoteiras vinculadas à UEB atuam dentro dos parâmetros de transparência, ética e responsabilidade definidos em nosso Estatuto”, reforçou a entidade.

Foto/Divulgação/Polícia Civil 

Cristiano Zonta

Jornalista, Mestre de Cerimônias e Celebrante Social de Casamentos.



Folha Parati

O Jornal Folha Parati, a “voz metropolitana da região”. Foi com esse intuito que nasceu a proposta do jornal que teve sua primeira edição impressa circulando em Barra Velha, São João do Itaperiú e Araquari, gratuitamente, no dia 07 de dezembro de 2009, dia comemorativo ao aniversário de Barra Velha.


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