Cristiano Zonta
Presidente norte-americano pressiona parceiros comerciais com ameaças tarifárias; Brasil é o país mais atingido até o momento
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta quarta-feira (23) que está disposto a reduzir as tarifas impostas ou ameaçadas a diversos países, desde que estes se comprometam a abrir seus mercados para produtos norte-americanos. A declaração foi feita por meio da rede social Truth Social, de propriedade do ex-presidente.
“Sempre cederei pontos tarifários se puder fazer com que os principais países ABRAM SEUS MERCADOS para os Estados Unidos. Outro grande poder das tarifas. Sem elas, seria impossível fazer com que os países SE ABRAM”, escreveu Trump.
Desde sua volta à Casa Branca, Trump tem adotado uma postura mais agressiva em relação ao comércio exterior, com o objetivo de reduzir o que chama de “grande déficit comercial” dos EUA. O governo anunciou tarifas que variam entre 19% e 50% sobre importações de mais de uma dezena de países. O Brasil, até o momento, foi o mais atingido, com a tarifa mais alta prevista.
Trump afirmou ainda que apenas reduzirá tarifas em caso de abertura de mercado por parte dos países-alvo.
“SÓ REDUZIREI AS TARIFAS SE UM PAÍS ACEITAR ABRIR SEU MERCADO. SE NÃO, TARIFAS MUITO MAIS ALTAS!”, escreveu.
Entre as poucas exceções recentes, o presidente citou acordos comerciais com Japão e Indonésia, que resultaram na abertura “completa e pela primeira vez” dos mercados desses países para produtos americanos. Como resultado, as tarifas que seriam de 32% e 25% foram reduzidas para 19% e 15%, respectivamente.
Trump vinha mantendo uma trégua tarifária, que originalmente terminaria em 9 de julho, e foi estendida até 1º de agosto. Durante esse período, o governo conseguiu selar acordos com Reino Unido, China, Japão, Vietnã, Indonésia e Filipinas.
No entanto, diante da ausência de novos avanços, o presidente decidiu enviar notificações de tarifas de 20% a 50% para dezenas de países. O Brasil está entre os que mais preocupam o governo americano, com um possível impacto significativo em setores estratégicos da economia.
A nova ofensiva tarifária reacende o alerta em diversas economias emergentes e pode gerar efeitos nos fluxos de exportação global, caso as medidas entrem plenamente em vigor a partir de agosto.
