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Polícia ouve 12 mães após denúncias de que criança com deficiência teria apanhado nua em creche de SC

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A Polícia Civil deve ouvir 12 mães de alunos da creche particular de Florianópolis investigada por maus-tratos. De acordo com a delegada Michele Rebelo, diretora da Polícia da Grande Florianópolis, a dona da unidade de ensino também deve prestar depoimento ao longo desta semana.

A investigação começou a ouvir as mães na terça-feira (5), depois que denúncias de que crianças com deficiência eram agredidas nuas na creche. Também há acusações de que alunos eram trancados sozinhos em salas e chantageadas, além da circulação de um vídeo de um bebê que teve o choro abafado por um cobertor.

Relatos de chantagem, agressão física, abafamento de choro com cobertor e regulagem de comida foram feitos por pais e ex-funcionárias da creche. A unidade suspendeu as atividades por tempo indeterminado na segunda (4). Em nota na terça (5), a defesa da creche afirmou que “não reconhece a validade das imagens divulgadas, declarando que fica à disposição para prestar eventuais esclarecimentos, informando que não há registros de eventuais irregularidades”. A delegada explicou que as mães não necessariamente precisam fazer alguma denúncia para serem ouvidas pela polícia. “Tem a relação dos alunos que estudavam, das crianças, e elas podem ser chamadas para depor. Porque é um crime ação penal pública incondicionada, ou seja, independe das vítimas quererem denunciar ou não. Já veio à tona essa informação e as mães que não forem denunciar serão chamadas para prestar depoimento”, disse.

Relatos

Uma ex-professora disse ter feito o vídeo em que uma mulher usa um cobertor para abafar o choro de uma bebê (assista abaixo). A ex-funcionária não quis se identificar e relatou que denunciou as situações ao Conselho Tutelar e procurava outro emprego para poder sair da creche.

“A comida também era pouca, porque ela [dona] dizia que queria evitar o desperdício. Então, era uma banana para três crianças, potes minúsculos de refeição. E nós, enquanto funcionárias, não podíamos fazer nada além de tentar proteger as crianças, de tentar passar a maior parte do tempo nas nossas salas”, relatou.

Sobre o aluno que tomava remédios, a funcionária disse que ele ficava no celular o tempo todo, atrás da mesa da dona da creche.

“Os remédios que os pais mandavam para ele, ela jogava fora”, disse. A ex-professora também relatou situações que ocorreram com um aluno com outra deficiência. “A partir do momento em que ele foi desfraldado, piorou muito porque ele não entendia nada do que as pessoas falavam. Ele não conseguia falar com a gente, então ele fazia muitas vezes na calça”.

Ela relatou que o menino apanhou.

“Teve uma vez que ele estava dormindo e, quando ele acordou, fez cocô dentro da sala onde ele estava dormindo. Eu lembro que ela, a dona do colégio, ficou totalmente fora de si. Ela levou ele pra rua, estendeu o lençol. Eu acredito que para a câmera não pegar o que estava acontecendo. Deixou ele pelado e bateu nele com chinelo”.

Advertência

O Conselho Tutelar informou que esteve na creche mais de uma vez. No ano passado, a unidade já havia sido denunciada por outro ex-professora. Em dezembro, a creche recebeu uma advertência do Conselho Tutelar. Esse documento dizia que a proprietária está advertida a não cometer nenhuma violência contra as crianças.

Segundo o Conselho Tutelar, nas vezes em que uma equipe esteve na creche, não houve flagrante de maus-tratos ou crianças machucadas ou chorando muito. Foi feita uma inspeção em dezembro. A visita mais recente ocorreu em maio deste ano. Segundo o Conselho Tutelar, nas vezes em que uma equipe esteve na creche, não houve flagrante de maus-tratos ou crianças machucadas ou chorando muito. Foi feita uma inspeção em dezembro. A visita mais recente ocorreu em maio deste ano.

O Ministério Público de Santa Catarina informou na terça que instaurou uma notícia de fato e que vai apurar as denúncias.

O caso também é investigado pela Polícia Civil, que deve tomar depoimentos nesta semana.

A Secretaria de Educação de Florianópolis disse em nota que recebeu as denúncias e que a Diretoria de Educação Infantil vai fazer uma visita ao local onde funcionava a creche para averiguar as práticas pedagógicas-educacionais. Ainda que a creche já tenha suspendido as atividades, essa visita faz parte do protocolo em casos deste tipo. A secretaria também informou que em seguida vai encaminhar um parecer ao Ministério Público, à Promotoria de Justiça, ao Conselho Municipal de Educação e à Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso. Outra funcionária da creche, que também não quis se identificar, relatou que as agressões feitas sempre pela mesma pessoa eram constantes.

A mesma funcionária conta que castigos, como deixar alunos sentados sozinhos por 15 minutos, ou trancá-los numa sala para chantagear, também eram recorrentes

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Fonte G1

Cristiano Zonta

Jornalista, Mestre de Cerimônias e Celebrante Social de Casamentos.



Folha Parati

O Jornal Folha Parati, a “voz metropolitana da região”. Foi com esse intuito que nasceu a proposta do jornal que teve sua primeira edição impressa circulando em Barra Velha, São João do Itaperiú e Araquari, gratuitamente, no dia 07 de dezembro de 2009, dia comemorativo ao aniversário de Barra Velha.


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